Crime organizado invade economia formal e movimenta R$ 52 bilhões, aponta operação da Receita Federal
Em coletiva realizada para apresentar os resultados das operações Quasar, Tank e Carbono Oculto, a Receita Federal revelou que o crime organizado já não se restringe mais a atividades clandestinas e vem ocupando espaços da economia formal com estruturas altamente sofisticadas.
De acordo com as autoridades, a operação Carbono identificou uma invasão do crime organizado na economia real e no mercado financeiro, dificultando a distinção entre atividades legítimas e ilegítimas.
O esquema criminoso atuava em toda a cadeia do setor de combustíveis, desde a importação, produção e distribuição, até a comercialização e revenda ao consumidor final. Na frente financeira, empresas investigadas utilizavam estruturas semelhantes às aplicadas em paraísos fiscais para ocultar patrimônio e proteger sócios e beneficiários finais.
Estima-se que a movimentação envolvia cerca de R$ 52 bilhões, abrangendo aproximadamente mil postos de combustíveis em dez estados, além de fintechs que funcionavam como bancos paralelos do crime organizado.
A investigação rastreou também fundos fechados com um único cotista, criados em camadas complexas, para aquisição de ativos estratégicos, incluindo um terminal portuário, quatro usinas produtoras de álcool, participação em outras duas, e uma frota de 1.600 caminhões.
Foram identificados ainda mais de 100 imóveis, entre eles seis fazendas avaliadas em R$ 31 milhões e uma residência de R$ 13 milhões.
As autoridades ressaltaram que esses espaços deixam de ser ocupados por empresários legítimos, sendo tomados por estruturas criminosas que se aproveitam do mercado formal para dar aparência de legalidade.

