DESTAQUERecentesSaúdeSocial

Vacinas de RNA Contra a Covid-19 Podem Alterar o DNA?

Nos últimos meses, surgiram questionamentos nas redes sociais sobre as vacinas de RNA contra a Covid-19, com algumas pessoas afirmando que elas poderiam alterar o DNA humano. Uma das figuras que propagou esse tipo de alegação foi a médica Christiane Northrup, que, em um vídeo amplamente compartilhado, afirmou que as vacinas de RNA, como a da Pfizer, alteram o DNA. No entanto, essas alegações foram refutadas por especialistas e são vistas como parte de teorias da conspiração infundadas.

A Verdade sobre as Vacinas de RNA

A alegação de que as vacinas de RNA podem alterar o DNA não tem base científica. O biólogo Daniel Graichen, diretor do Laboratório de Genética Evolutiva da UFSM, explica que o RNA presente nas vacinas é uma molécula muito instável, o que significa que ela não consegue alterar o DNA das células humanas. O RNA mensageiro (mRNA) contido nas vacinas da Pfizer e Moderna é usado para instruir as células a produzir uma proteína semelhante à do coronavírus, o que gera uma resposta imunológica. Após essa produção, o RNA é rapidamente degradado e não tem tempo nem capacidade para interagir com o núcleo da célula, onde o DNA está armazenado.

As vacinas de RNA não possuem a capacidade de modificar o DNA humano, pois o RNA não chega ao núcleo da célula. Em vez disso, ele age no citoplasma para produzir uma proteína, que é reconhecida pelo sistema imunológico, e depois é destruído pelo organismo.

A Falácia da Autoridade e as Teorias Conspiratórias

Outro ponto levantado por Northrup no vídeo é a ideia de que as vacinas de RNA fazem parte de um plano de dominação global envolvendo a Fundação Bill e Melinda Gates e o uso de dados biométricos. Essa teoria é amplamente desacreditada e carece de qualquer base factual. A afirmação de que as vacinas contêm metais pesados que transformam o corpo em uma “antena 5G” também foi desmentida por especialistas. O biólogo Daniel Graichen observa que, embora alguns elementos como o hidróxido de alumínio possam ser usados em vacinas para ajudar na resposta imunológica, esses componentes são inofensivos em quantidades usadas nas vacinas.

O vídeo também apresenta a falácia da autoridade, onde a médica utiliza sua experiência e notoriedade para dar credibilidade a afirmações que não têm respaldo científico. Graichen alerta para o risco de acreditar em argumentos de autoridades, mesmo quando elas não têm a expertise adequada sobre o tema em questão. “Não é porque alguém é importante que suas afirmações estão corretas”, diz o biólogo.

O Impacto da Desinformação

Teorias conspiratórias como essas têm o potencial de gerar desconfiança nas vacinas e dificultar a adesão à imunização, o que pode afetar a saúde pública. A desinformação pode criar um ambiente de medo e confusão, prejudicando os esforços globais para combater a pandemia. É fundamental que as pessoas busquem informações de fontes confiáveis, como profissionais de saúde e cientistas especializados, e verifiquem as evidências científicas antes de formar opiniões sobre temas tão importantes.

Conclusão

As vacinas de RNA contra a Covid-19 são uma ferramenta eficaz e segura para combater a pandemia. Elas não alteram o DNA humano, e a alegação de que contêm componentes nocivos ou fazem parte de uma conspiração global é infundada. A ciência está sempre evoluindo, e, no caso das vacinas de RNA, o que sabemos até agora é que elas são um avanço significativo no campo da imunização, proporcionando proteção contra o coronavírus sem alterar o material genético das pessoas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *