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Haddad defende aumento real do salário mínimo e critica gestões anteriores

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (7) que o poder de compra dos brasileiros vem sendo preservado com o aumento real do salário mínimo acima da inflação. Ele atribuiu a situação econômica atual à “má administração” dos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). “Você não consegue corrigir sete anos de má administração em dois”, declarou em entrevista à Rádio Cidade, de Caruaru (PE).

Salário mínimo e poder de compra

Haddad destacou que a remuneração mínima dos trabalhadores ficou “congelada” durante as duas gestões anteriores. “Aumentar o salário mínimo é uma das formas de garantir que o trabalhador mantenha seu poder de compra”, afirmou.

O salário mínimo em 2025 é de R$ 1.518, um aumento de R$ 106 (7,5%) em relação ao valor de R$ 1.412 de 2024. O reajuste entrou em vigor em 1.º de janeiro.

Isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil

O ministro também ressaltou a proposta do governo para ampliar a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil. Ele criticou a política tributária do governo Bolsonaro, mencionando que “cobrava imposto de quem ganhava até dois salários mínimos”.

“Lula corrigiu a tabela do Imposto de Renda, que também estava há sete anos congelada. E agora quer ampliar a taxa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, para que as famílias possam enfrentar o custo de vida, principalmente a questão da cesta básica”, explicou.

Na quinta-feira (6), Haddad informou que a proposta já está pronta e aguarda a liberação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser apresentada.

Política monetária e juros altos

O ministro também criticou a política monetária do Banco Central (BC), que elevou a taxa básica de juros, a Selic, para 13,25% ao ano.

“Se você está tendo um repique inflacionário, precisa corrigir. O remédio para isso é aumentar a taxa de juros para inibir a alta de preços. Mas tudo precisa ser feito na dose certa, como um antibiótico: você não pode tomar a cartela inteira em um dia, nem pular horário ou tomar mais ou menos do que precisa”, comparou Haddad.

“Então, a política monetária tem que ser conduzida com sabedoria. Não se pode comprometer o crescimento da economia nem jogar o país numa recessão”, acrescentou.

Dólar e impacto na inflação

Haddad também comentou sobre o preço do dólar, que tem impactado a inflação e foi influenciado pela eleição americana. A moeda, que passou dos R$ 6 no fim do ano passado, tem recuado e fechou a última quinta-feira (6) cotada a R$ 5,76, menor patamar desde novembro.

O ministro afirmou que a tendência é de estabilização da moeda em um “patamar adequado nas próximas semanas”, o que ajudará a reduzir os preços dos alimentos.

“Quando o produtor recebe mais em reais devido à valorização do dólar, isso impacta os preços internos. A política que estamos adotando para trazer o dólar a um patamar adequado também terá reflexos nos preços nas próximas semanas”, concluiu Haddad.

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