Governo desiste de aumentar IOF após reação negativa no Congresso
O governo federal decidiu recuar da proposta de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), após a repercussão negativa entre parlamentares e lideranças do setor econômico. A medida havia sido incluída na versão preliminar do projeto de lei que trata da regulamentação da reforma tributária, atualmente em tramitação no Congresso Nacional.
O relator da proposta, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), confirmou que o aumento não fará parte do parecer final. Segundo ele, a decisão atende a um pedido direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que orientou sua equipe a retirar o ponto do texto para evitar novos desgastes com a base parlamentar e o setor produtivo.
A ideia inicial era ampliar o alcance do IOF como forma de compensar eventuais perdas de arrecadação durante a transição para o novo modelo tributário previsto pela reforma. No entanto, a proposta gerou forte reação de parlamentares, principalmente da oposição e de representantes do setor financeiro, que argumentaram que o aumento poderia prejudicar investimentos e encarecer o crédito.
O secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, também defendeu que o foco do projeto deve ser a simplificação do sistema e a criação do novo imposto sobre valor agregado, deixando de lado medidas que possam gerar insegurança jurídica ou impacto negativo na economia.
Com a exclusão do aumento do IOF, o governo busca preservar a articulação política necessária para aprovar os demais pontos da regulamentação da reforma, considerada uma das prioridades econômicas da atual gestão. A expectativa é que o texto seja votado na Câmara ainda no mês de julho.
