Janja da Silva Consolida Influência no Governo e no Judiciário, Mas Enfrenta Críticas por sua Presença Pública
A primeira-dama Janja da Silva tem buscado ampliar sua influência no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente nas áreas de comunicação e do poder judiciário, à medida que se aproxima a eleição de 2026. Embora tenha enfrentado desafios e críticas, sua participação tem sido cada vez mais significativa, especialmente após mudanças na comunicação do governo e sua articulação com o mundo jurídico.
A mudança na Secretaria de Comunicação Social (Secom), com a chegada de Sidônio Palmeira no lugar de Paulo Pimenta, trouxe uma nova dinâmica. Embora tenha perdido espaço, especialmente com a demissão de Brunna Rosa, amiga e aliada de Janja, a primeira-dama tem se mantido próxima do novo chefe da Secom, que tem consultado ela em algumas questões. Um exemplo disso foi a análise conjunta de fotos para um evento sobre os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.
No entanto, a presença de Janja nas decisões da Secom não é unânime. O entorno da primeira-dama afirma que ela tem se distanciado da formação da secretaria, focando em eventos específicos, como sua atuação no enfrentamento da tragédia climática no Rio Grande do Sul e sua contribuição para a criação da Aliança Global Contra a Fome, durante o G20 no Rio de Janeiro.
Além da comunicação, Janja tem se destacado por sua influência no Judiciário. Ela teve papel fundamental na escolha de nomes para o Tribunal Regional Federal (TRF-2) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), apoiando, por exemplo, a advogada Cláudia Franco para o TRF-2 e Daniela Teixeira para o STJ. Janja também tem pressionado internamente para que uma jurista seja escolhida para as vagas ainda abertas no STJ.
Porém, sua crescente presença pública nem sempre tem sido bem recebida, tanto internamente quanto externamente. A primeira-dama se envolveu em polêmicas, como quando, durante o G20, fez críticas ao bilionário Elon Musk, dono do X. A declaração gerou reações imediatas e, no dia seguinte, Lula teve que conter a situação, dizendo que “não se pode ofender ninguém”. Aliados de Janja argumentam que a repercussão negativa não teve impacto duradouro em suas iniciativas, mas a situação trouxe à tona o debate sobre os limites de sua influência.
Apesar de sua maior visibilidade em ações humanitárias, como em sua atuação durante as enchentes no Rio Grande do Sul, críticos internos afirmam que Janja prefere preservar sua imagem e evitar se envolver em disputas mais políticas, como nas eleições municipais. Ela, inclusive, evitou se envolver de forma mais incisiva nas campanhas de mulheres do PT, que eram vistas como uma de suas bandeiras.
Janja também teve papel importante em lidar com o escândalo envolvendo o ex-ministro Silvio Almeida e a denúncia de importunação sexual contra a então ministra Anielle Franco. Ela publicou uma foto ao lado de Anielle, demonstrando apoio à amiga, e o ex-ministro acabou sendo demitido.
Embora muitos a vejam como uma figura influente dentro do governo, ela continua sendo alvo de críticas e suas movimentações devem ser observadas de perto, à medida que a campanha presidencial de 2026 se aproxima.