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Alckmin anuncia reuniões com indústria e agronegócio para discutir resposta a tarifaço de Trump

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, anunciou nesta segunda-feira (14) que o governo federal dará início, a partir desta terça (15), a uma série de reuniões com representantes da indústria e do agronegócio brasileiro. O objetivo é discutir estratégias para responder ao aumento de tarifas sobre produtos brasileiros anunciado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A nova tarifa de 50% sobre exportações brasileiras aos EUA deve entrar em vigor em 1º de agosto e foi classificada pelo governo Lula como uma retaliação de cunho político, motivada por críticas de Trump ao Supremo Tribunal Federal (STF) e por seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

As reuniões fazem parte do trabalho do comitê interministerial criado por Lula, que reúne representantes do MDIC, Casa Civil, Ministério da Fazenda e Ministério das Relações Exteriores.

“A primeira tarefa é ouvir o setor privado”, afirmou Alckmin. “Dividimos em dois blocos. O primeiro será com a indústria, às 10h, no MDIC, e o segundo, às 14h, com o agronegócio.”

Setores convocados

Na reunião com a indústria, foram convidados representantes dos setores de aviões, aço, alumínio, celulose, máquinas, calçados, móveis e autopeças. Já a segunda rodada, com o agronegócio, reunirá exportadores de suco de laranja, carne, frutas, mel, couro e pescado.

Alckmin destacou que essas não serão as únicas reuniões previstas. O governo também vai dialogar com empresas norte-americanas instaladas no Brasil e entidades binacionais de comércio.

“As empresas dos EUA também serão impactadas. Vamos conversar com elas e com as entidades de comércio Brasil-EUA”, afirmou o vice-presidente.

Medidas e estratégias

Segundo Alckmin, o governo quer ouvir o setor privado para avaliar os impactos econômicos da medida e discutir eventuais contramedidas. Uma das possibilidades mencionadas pelo presidente Lula é a adoção da Lei de Retaliação Econômica.

Apesar disso, o vice-presidente informou que o Brasil ainda não solicitou oficialmente a prorrogação do prazo para entrada em vigor da nova tarifa nem propôs uma alíquota alternativa.

Alckmin mencionou que, há cerca de dois meses, o governo brasileiro enviou uma proposta confidencial ao governo americano, mas ainda não obteve retorno.

Reunião de Tarcísio com representante dos EUA

Questionado sobre o encontro entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o encarregado de negócios dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, também previsto para esta terça-feira, Alckmin disse que não vê problema no diálogo.

“Não fui procurado por Escobar após o anúncio das tarifas, mas não vejo problema em que o governador de São Paulo dialogue com ele sobre o tema”, afirmou.

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