Fraude no INSS: suspeitos levaram até R$ 155 milhões em malas para o exterior, aponta PF
A Polícia Federal (PF) revelou novos detalhes sobre a investigação que apura um megaesquema de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo relatório da corporação, os principais suspeitos teriam levado grandes quantias de dinheiro ao exterior em malas — algumas com até R$ 5 milhões em notas de R$ 100. O total desviado pode chegar a R$ 155 milhões.
De acordo com as investigações, os envolvidos realizavam viagens frequentes ao exterior, utilizando os deslocamentos para transportar os valores em espécie. Uma das principais investigadas é Cecília Rodrigues Mota, apontada como líder do esquema. Ela teria feito 33 viagens internacionais, com destinos como Dubai, Lisboa e Paris.
Em uma dessas viagens para Dubai, Cecília despachou 31 malas, acompanhada de três pessoas. A PF considera o volume de bagagem “incomum” para uma estadia de apenas sete dias. Os investigadores estimam que cada passageiro poderia estar levando até R$ 5 milhões, com base na capacidade média de uma mala de mão.
O relatório também destaca que as viagens de Cecília e de outros suspeitos se intensificaram ao longo de 2024, ano em que os descontos irregulares nos benefícios de aposentados e pensionistas aumentaram drasticamente.
Outro nome citado na investigação é o de Domingos Sávio de Castro, ligado a entidades envolvidas no esquema. Ele viajou com frequência para Miami e Panamá, considerados paraísos fiscais, o que reforça a suspeita de lavagem de dinheiro.
Apesar das evidências, o relatório da PF não detalha como os valores em espécie conseguiram ser embarcados nos voos internacionais, driblando os mecanismos de controle.
A investigação continua em andamento, e novas revelações podem surgir nos próximos dias.