Com medo de envenenamento, senadora Soraya Thronicke diz que não consome mais nem água no Senado
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) afirmou que parou de consumir água e café oferecidos no Senado, alegando temer um possível envenenamento. “Não tomo mais nem água nem café que venham de dentro do Senado. Estou andando com segurança armada até os dentes”, declarou a parlamentar, que atuou como relatora da CPI das Bets.
Soraya afirmou ter recebido ameaças nos dias que antecederam a apresentação do relatório final da CPI, que recomendou o indiciamento de 16 investigados, entre eles empresários, donos de sites de apostas e influenciadoras, como Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra.
“Se cair uma unha minha, de alguém da minha família ou da minha equipe, sei de quem é a culpa. Não vou dizer quem foi, mas, se analisar quem assinou a CPI, quem virou membro e quem a sabotou, você saberá quem me caluniou e me difamou”, disse Soraya, que também revelou ter acionado a Polícia Federal.
Críticas ao presidente da CPI
Nos bastidores, Soraya já vinha se queixando da conduta do presidente da comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR), a quem acusava de tentar esvaziar os trabalhos da CPI, supostamente sob orientação do presidente do PP, Ciro Nogueira.
A senadora relatou ao senador Fabiano Contarato (PT) que Hiran fazia convocações de última hora e que havia uma estratégia deliberada para derrubar o quórum, com parlamentares faltando às sessões.
As tensões cresceram após a revelação de que Ciro Nogueira viajou a Mônaco em jatinho do empresário Fernando Oliveira Lima, apontado como um dos principais nomes do setor de apostas online no país e investigado pela CPI.
Soraya chegou a solicitar a exclusão de Ciro da comissão, alegando que a medida era necessária para preservar a imparcialidade da investigação — o pedido, porém, foi rejeitado.