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Monitor do Fogo do MapBiomas: Mais da Metade da Área Queimada no Brasil em 2024 Está na Amazônia

Em 2024, o Brasil enfrentou um cenário alarmante de queimadas, com mais de 30,8 milhões de hectares de área destruída pelo fogo, o que equivale a uma área maior do que toda a Itália. Este aumento de 79% em relação ao ano anterior é o maior registrado desde 2019, de acordo com os dados inéditos da plataforma Monitor do Fogo, do MapBiomas. A Amazônia foi o bioma mais afetado, respondendo por mais da metade (58%) da área queimada no país, com 17,9 milhões de hectares destruídos. Em total, o número de hectares queimados foi maior do que o total registrado no Brasil em 2023.

Impactos Alarmantes na Amazônia e Outros Biomas

O impacto das queimadas foi severo, especialmente em áreas florestais. Três em cada quatro hectares queimados (73%) eram de vegetação nativa, sendo as florestas as mais afetadas, com 25% da área queimada. O aumento foi impulsionado principalmente por um período de seca prolongado e pelo fenômeno climático El Niño, que deixou o Brasil com condições mais favoráveis para a propagação do fogo.

Na Amazônia, a formação florestal foi a mais atingida, com cerca de 6,8 milhões de hectares queimados, superando até as áreas de pastagens, que somaram 5,8 milhões de hectares queimados. O fogo na Amazônia não é um fenômeno natural, mas uma consequência das atividades humanas, sendo intensificado por condições climáticas extremas.

Em outros biomas, os impactos também foram significativos. No Cerrado, 9,7 milhões de hectares foram queimados, e no Pantanal, 1,9 milhão de hectares foram atingidos, um aumento de 64% em relação à média dos últimos seis anos. O fogo também afetou a Mata Atlântica, com 1 milhão de hectares queimados, e o Pampa, que viu uma redução nas queimadas para 3,4 mil hectares, o menor valor dos últimos seis anos.

Causas e Consequências

A combinação de um longo período de seca e o fenômeno El Niño provocou uma situação crítica de queimadas em várias regiões do Brasil. A baixa umidade da vegetação facilitou a propagação do fogo, e as áreas mais afetadas foram as de vegetação nativa, como as florestas e as áreas de campo alagado.

Além das consequências ambientais, que incluem danos irreparáveis à biodiversidade, à regulação climática e à qualidade do solo, o fogo também trouxe sérios impactos à saúde pública e à economia. O fogo nos plantios de cana-de-açúcar no estado de São Paulo é um exemplo claro do efeito devastador das queimadas, que também afetam as populações locais.

Ações Necessárias

Diante deste cenário alarmante, especialistas como Ane Alencar, diretora do IPAM, ressaltam a necessidade urgente de ações coordenadas para combater as queimadas no Brasil. A combinação de ação humana e fenômenos climáticos extremos está intensificando a crise ambiental, e uma resposta imediata é essencial para evitar mais danos aos ecossistemas e à saúde da população.

O Monitor do Fogo do MapBiomas continua sendo uma ferramenta importante para o acompanhamento das queimadas no Brasil, fornecendo dados fundamentais para a formulação de políticas públicas e ações de proteção ambiental. A situação de 2024 reforça a necessidade de um engajamento nacional para enfrentar esse problema que afeta não apenas o Brasil, mas o mundo inteiro, com a destruição de um dos maiores pulmões do planeta.

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