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Vereadora suspeita de envolvimento com facção criminosa tem prisão mantida no Piauí

A vereadora Tatiana Medeiros (PSB), presa pela Polícia Federal na última quinta-feira (3) durante a Operação Escudo Eleitoral, teve sua prisão mantida após audiência de custódia realizada nesta sexta-feira (4). A decisão foi tomada pelo juiz Luís Henrique Moreira Rêgo, do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), em Teresina.

Tatiana, que também é advogada, ficará detida no Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar do Piauí (PMPI), conforme decisão judicial baseada no estatuto da advocacia. Segundo a juíza auxiliar da Corregedoria Regional Eleitoral e coordenadora do Juízo Eleitoral de Garantias do TRE-PI, Melissa Pessoa, a medida atendeu a um pedido da defesa da parlamentar.

A vereadora segue afastada de suas funções na Câmara Municipal de Teresina (CMT) por determinação da Justiça Eleitoral. Ela é investigada por suspeita de compra de votos, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral.

Defesa questiona medidas judiciais

Em coletiva de imprensa após a audiência, a defesa de Tatiana Medeiros contestou as decisões da Justiça, argumentando que não há justificativa para as medidas cautelares impostas.

“Não há razão para a manutenção da prisão. Trata-se de um inquérito eleitoral sobre eventos passados, referentes à última eleição. Não há qualquer fato recente que justifique essas medidas”, afirmou o advogado da parlamentar, Edson Araújo.

Durante a audiência, a defesa solicitou o relaxamento da prisão, mas o Ministério Público do Piauí (MPPI) pediu mais tempo para analisar o caso. O órgão tem um prazo de cinco a dez dias para se manifestar.

Restrições e suspensão de ONG

Além da prisão e do afastamento do cargo, Tatiana e outros dois investigados que ocupavam cargos na CMT, Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) e Secretaria de Saúde do Estado (Sesapi) estão proibidos de frequentar esses locais ou manter contato com servidores.

A Justiça também manteve a suspensão das atividades da ONG Vamos Juntos, fundada pela vereadora. A instituição não poderá receber novos aportes financeiros enquanto as investigações estiverem em andamento.

Investigação aponta financiamento ilícito de campanha

Tatiana Medeiros ingressou na política em 2024, sendo eleita com 2.925 votos para seu primeiro mandato na Câmara Municipal de Teresina. Natural da capital piauiense, além de advogada, ela atuava como filantropa na ONG Vamos Juntos.

De acordo com a Polícia Federal, há indícios de que sua campanha eleitoral foi financiada com recursos ilícitos provenientes de uma facção criminosa, além de possíveis desvios de dinheiro público da organização não governamental que fundou.

A investigação teve início logo após as eleições de 2024. Em dezembro do mesmo ano, a ONG Vamos Juntos foi alvo da primeira fase da Operação Escudo Eleitoral, ocasião em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão. Durante a operação, a PF encontrou R$ 100 mil em espécie, reforçando as suspeitas de lavagem de dinheiro e financiamento ilegal de campanha.

As investigações seguem em curso, e novos desdobramentos devem ocorrer nos próximos dias.

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