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Trump anuncia uso de Guantánamo para deter até 30 mil imigrantes ilegais

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu uma ordem executiva nesta quarta-feira (29) determinando que a prisão de Guantánamo, em Cuba, seja preparada para receber até 30 mil imigrantes ilegais. A medida visa ampliar a capacidade prisional do país e destinar o local a deter aqueles que Trump classificou como “os piores criminosos ilegais”.

“Temos 30 mil leitos em Guantánamo para deter os piores criminosos ilegais que ameaçam o povo americano”, afirmou Trump durante um evento na Casa Branca. Ele também destacou que alguns desses detidos seriam tão perigosos que nem confiaria nos países de origem para mantê-los presos. “Isso dobrará nossa capacidade [prisional] imediatamente”, completou.

História e controvérsias de Guantánamo

Criada em 2002, durante o governo George W. Bush, a prisão de Guantánamo tornou-se símbolo das violações de direitos humanos na chamada “Guerra ao Terror”. O local foi estabelecido para abrigar suspeitos de terrorismo e combatentes considerados “ilegais”. Desde então, cerca de 780 pessoas foram mantidas ali, muitas sem acusações formais ou julgamento. Atualmente, apenas 15 prisioneiros permanecem no local.

Relatos de tortura, como o “waterboarding” (quase afogamento para obter confissões), e a detenção por tempo indeterminado sem julgamento mancharam a reputação de Guantánamo no cenário internacional. Muitos presos passaram até 14 anos em condições extremas, e apenas dois foram condenados judicialmente.

Apesar das promessas de fechamento feitas pelos ex-presidentes democratas Barack Obama e Joe Biden, a prisão permanece ativa. Guantánamo continua sendo alvo de críticas por organizações de direitos humanos e por sua contrariedade ao direito internacional.

Relações com Cuba

A prisão é parte da Base Naval de Guantánamo, controlada pelos Estados Unidos desde 1903, mesmo com as tensões diplomáticas entre Washington e Havana após a Revolução Cubana de 1959. A medida de Trump amplia o uso do local, agora mirando na crise migratória, o que pode gerar novos debates e reações globais.

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