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Trump acusa “caça às bruxas” contra Bolsonaro e pede: “Deixem-no em paz”

Em sua primeira manifestação pública de apoio a Jair Bolsonaro desde que retornou à Presidência dos EUA, Donald Trump criticou as autoridades brasileiras por perseguirem o ex-chefe de Estado. Em postagem nas redes sociais, o republicano acusou o Brasil de conduzir uma verdadeira “caça às bruxas” contra o capitão da reserva e defendeu que o único julgamento cabível a Bolsonaro deve ocorrer nas urnas.

“O Brasil está agindo de forma terrível no tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu observei, assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de persegui-lo, dia após dia, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo POVO.
Conheci Jair Bolsonaro: era um líder forte, que amava seu país e negociador duro no comércio. Sua eleição foi acirrada e hoje ele lidera as pesquisas. Isso não é outra coisa senão um ataque a um oponente político — algo que sei muito bem, aconteceu comigo 10 vezes!”
Donald Trump

Trump concluiu reiterando o apelo: “Deixem Bolsonaro em paz! O único julgamento que deveria acontecer é o julgamento pelos eleitores do Brasil — isso se chama Eleição.”

Reação de Lula e risco de diplomacia estremecida

Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, também pelas redes, que o Brasil “não aceita interferência ou tutela de quem quer que seja” e lembrou que “ninguém está acima da lei.” Fontes do Itamaraty avaliam que, caso Trump avance para sanções concretas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) ou ministros brasileiros, o governo poderá convocar de volta a embaixadora em Washington, Maria Luiza Viotti, como forma de protesto político — sem, no entanto, romper totalmente o canal diplomático.

Até o momento, a administração Trump limitou-se a vetar a concessão de vistos a autoridades estrangeiras que “ataquem a liberdade de expressão”, sem impacto direto sobre os processos em curso no STF. Mas o gesto de apoio ao ex-presidente brasileiro acendeu um sinal de alerta no Palácio do Planalto, que teme uma possível ingerência na eleição de 2026 e considera o tema “potencial área de conflito” nas relações bilaterais.

Contexto do embate

  • Visitas à base republicana: Parlamentares bolsonaristas, como Eduardo Bolsonaro, vinham tentando articular o apoio dos grupos conservadores nos EUA para pressionar contra investigações no Brasil.
  • Medida até aqui: O veto a vistos, anunciado em maio, foi a única medida oficial adotada até o momento.
  • Linha vermelha brasileira: O governo Lula já comunicou a Washington quais posturas não tolerará, destacando que qualquer sanção ampla ou retaliação ao STF será encarada como um ataque às instituições democráticas.

O episódio marca uma escalada diplomática pouco comum na história recente e expõe como as redes sociais e a política interna de um país podem ganhar repercussão internacional, influenciando decisões que vão além de fronteiras.

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