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Relatório da PF aponta movimentação de R$ 30,5 milhões em contas de Bolsonaro em um ano

A Polícia Federal (PF) identificou que o ex-presidente Jair Bolsonaro movimentou mais de R$ 30,5 milhões entre março de 2023 e fevereiro de 2024. O levantamento foi feito a partir de um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), com base em informações enviadas pelo Banco do Brasil.

Segundo o documento, nesse período ingressaram R$ 30.576.801,36 nas contas de Bolsonaro, enquanto R$ 30.595.430,71 saíram. A maior parte da receita veio de transferências via PIX, que somaram R$ 19,2 milhões em cerca de 1,2 milhão de operações. Outros valores relevantes vieram de resgates de aplicações financeiras (R$ 8,7 milhões), operações de câmbio (R$ 1,3 milhão) e proventos pessoais (R$ 373 mil). O PL, partido ao qual o ex-presidente é filiado, aparece como principal responsável por depósitos, com R$ 291 mil.

Entre as saídas, destacam-se R$ 18,3 milhões aplicados novamente em CDBs/RDBs, R$ 7,5 milhões em transferências bancárias (DOC/TED) e R$ 1,5 milhão em pagamentos de boletos. Também houve transferências para Michelle Bolsonaro e para o filho Jair Renan, além de gastos com energia, telefone, tributos e compras diversas.

Os principais beneficiários dos pagamentos feitos pelo ex-presidente foram escritórios de advocacia – como Paulo Cunha Bueno e o DB Tesser, que juntos receberam mais de R$ 6,6 milhões – além de uma empresa de engenharia (R$ 900 mil), uma loja de veículos (R$ 130 mil) e um escritório de arquitetura (R$ 235 mil).

A PF avalia que as movimentações financeiras podem indicar “ocorrências de lavagem de dinheiro e outros ilícitos”.

Outras movimentações analisadas

O relatório também examinou períodos posteriores. Entre fevereiro e agosto de 2024, Bolsonaro recebeu R$ 1,7 milhão e gastou R$ 1,3 milhão, incluindo transferências para advogados, Fabio Wajngarten e os filhos Carlos e Eduardo.
De agosto a dezembro de 2024, R$ 872 mil entraram em suas contas e R$ 1,2 milhão saíram.
Já de dezembro de 2024 a junho de 2025, o ex-presidente movimentou R$ 11 milhões tanto em entradas quanto em saídas, com destaque para R$ 2,1 milhões transferidos a Eduardo Bolsonaro, R$ 2 milhões enviados a um advogado e outros R$ 2 milhões destinados à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Indiciamentos

O relatório foi divulgado no mesmo dia em que a PF indiciou Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelos crimes de coação a autoridades envolvidas no processo sobre a tentativa de golpe de Estado. A corporação também aponta indícios de tentativa de abolição do Estado democrático de direito.

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