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Reação ao Novo Modelo de Moderação de Conteúdo de Zuckerberg Expondo Tensão pelo Controle da Liberdade de Expressão

A recente mudança nas políticas de moderação de conteúdo anunciada por Mark Zuckerberg, CEO da Meta, gerou uma onda de reações intensas no Brasil, destacando-se como o foco de uma reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que classificou a situação como “extremamente grave”. No entanto, o que parecia uma questão urgente sobre a dívida pública, a inflação, a segurança ou a saúde, rapidamente se revelou uma preocupação governamental sobre as alterações nos algoritmos e nas regras de moderação de conteúdo no Facebook e Instagram.

Essa reação se deve ao fato de que as redes sociais da Meta vinham sendo usadas de forma estratégica para limitar discursos conservadores e oposições ao governo, algo que incomodou setores da esquerda, particularmente o petismo e a esquerda identitária, que defendem um maior controle sobre o que é dito online. Ao anunciar que a moderação será focada em conteúdos ilegais, em vez de opiniões divergentes, Zuckerberg tocou um ponto sensível, gerando um distúrbio no que muitos chamam de “censura” em operação no Brasil.

Apesar da grande reação, as mudanças propostas por Zuckerberg não implicam em uma eliminação da moderação nas plataformas, mas sim em um novo foco. A ideia é que as redes sociais da Meta passem a usar “Notas da Comunidade” no lugar de checadores tradicionais, permitindo mais liberdade para discussões em temas polêmicos, como imigração e questões de gênero, sempre respeitando as leis locais. Porém, esse aumento de liberdade gerou uma resposta vehemente por parte de figuras do governo e apoiadores da esquerda, que temem a ascensão de um “discurso de ódio” mascarado de liberdade de expressão.

O governo brasileiro, particularmente o Supremo Tribunal Federal (STF), reagiu prontamente, com o ministro Alexandre de Moraes criticando duramente as mudanças, alegando que as redes sociais devem cumprir a legislação brasileira. Mas, paradoxalmente, a mesma corte tem sido acusada de agir contra as liberdades constitucionais, especialmente no que diz respeito à censura prévia e à criação de ilícitos por decisões extralegais.

Enquanto as novas políticas de Zuckerberg ainda não têm data definida para serem implementadas no Brasil, o alvoroço provocado por elas expõe a verdadeira disputa: o controle sobre o que pode ser dito nas redes sociais e a definição de qual discurso é legítimo. Em um contexto em que o governo e o STF já demonstraram controle sobre as plataformas, a reação contra as mudanças da Meta revela o quanto alguns setores estão dispostos a lutar para manter o poder de moldar o que é considerado “verdade” na internet.

Por enquanto, a medida continua sendo motivo de debate intenso, evidenciando a crescente tensão em torno da liberdade de expressão e do papel das redes sociais na política e na sociedade brasileira.

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