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Queda de Popularidade de Lula e os Desafios Políticos em 2025

Após o fim das festividades de carnaval e a onda de euforia gerada pelo Oscar, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma das fases mais delicadas de sua gestão: a queda expressiva de sua popularidade. Conforme pesquisa DataFolha divulgada em 14 de fevereiro, a aprovação do presidente despencou para 24%, enquanto a rejeição atingiu 41%. Esse cenário é mais crítico do que o observado durante o escândalo do mensalão em 2005, quando a aprovação de Lula era de 28%.

Distanciamento da Base Eleitoral

A principal causa desse desgaste é o distanciamento entre o presidente e a base eleitoral que o elegeu em 2022. A pesquisa revela que a aprovação de Lula entre eleitores que ganham até dois salários mínimos caiu de 44% para 29%. Além disso, levantamento realizado pela Genial/Quaest, divulgado em 26 de fevereiro, aponta que Lula enfrenta maior rejeição do que aprovação nos principais estados do Brasil, incluindo Bahia e Pernambuco, onde foi vitorioso nas últimas eleições.

Fatores da Queda de Popularidade

Analistas políticos apontam que a queda de popularidade está associada ao impacto da alta dos preços dos alimentos e às dificuldades de comunicação do governo, especialmente durante crises como a polêmica sobre a possível taxação do Pix. A falta de uma resposta rápida diante da desinformação propagada pela oposição e as mudanças na Secretaria de Comunicação Social agravam ainda mais a situação. O cientista político Jorge Mizael afirma que a confusão envolvendo o Pix deteriorou a relação do governo com a classe média e trabalhadores informais.

Além disso, a falta de implementação das promessas de campanha tem gerado insatisfação. Segundo o cientista político Leonardo Paz Neves, da FGV, a população já não espera grandes avanços do governo, e o desencanto se torna cada vez mais perceptível.

Reforma Ministerial e a Busca por Reação

Em resposta à insatisfação popular e com o objetivo de fortalecer sua governabilidade, Lula iniciou uma reforma ministerial visando dar maior eficiência política ao seu governo. A primeira grande mudança foi a saída da ministra da Saúde, Nísia Trindade, que foi substituída por Alexandre Padilha. Em seguida, a deputada Gleisi Hoffmann foi indicada para assumir a Secretaria de Relações Institucionais, um cargo chave na articulação com o Congresso.

No entanto, a escolha de Gleisi gerou reações no Centrão, um grupo político essencial para a governabilidade. Parlamentares criticam o perfil combativo da deputada, que poderia dificultar o diálogo com o Congresso e aumentar os desafios do governo para aprovar pautas prioritárias.

Desafios para 2026: Consolidação da Base e Avanço na Agenda Econômica

Agora, a estratégia do governo de Lula passa por tentar reconquistar a classe média e outros setores que se distanciaram. Medidas como o programa Pé-de-Meia e a gratuidade de medicamentos na Farmácia Popular são vistas como alternativas para melhorar a percepção popular, de acordo com a professora Luciana Santana, da Ufal.

Entretanto, o maior desafio de Lula será consolidar apoio político para viabilizar sua agenda econômica. A regulamentação das emendas parlamentares e o embate com o Centrão pela distribuição de cargos tornam o futuro da articulação política incerto. As próximas pesquisas eleitorais serão decisivas para medir a eficácia das mudanças realizadas pelo governo e o impacto dessas transformações na relação com a população.

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