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PF diz que vereadora Tatiana Medeiros pode ter destruído provas após vazamento de investigação

A Polícia Federal afirmou à Justiça Eleitoral que a investigação contra a vereadora eleita de Teresina, Tatiana Medeiros, foi comprometida por conta do vazamento de informações sigilosas à imprensa. Uma reportagem publicada na noite de 26 de novembro de 2024 teria antecipado detalhes do inquérito, incluindo diligências ainda não executadas, o que teria possibilitado à investigada tomar ciência das apurações e agir para obstruir o trabalho policial.





Segundo a PF, após o vazamento, Tatiana teria apagado conversas de WhatsApp com seu companheiro, Alandilson Cardoso Passos — preso dias antes em Belo Horizonte —, além de não terem sido encontrados equipamentos eletrônicos no escritório da vereadora nem no Instituto Vamos Juntos, o que os investigadores consideram incompatível com o funcionamento de um escritório de advocacia ou de uma organização social ativa.

A defesa da vereadora nega tentativa de obstrução, alegando que o diálogo deletado se tratava apenas de uma briga de casal, e que ela não tinha conhecimento de que era alvo de investigação antes da operação, deflagrada em 17 de dezembro. Ainda assim, a PF sustenta que a retirada de provas e a ausência de dispositivos eletrônicos indicam uma ação deliberada para frustrar a colheita de evidências.

O delegado federal Daniel Araújo Alves afirmou que o vazamento à imprensa expôs o inquérito e prejudicou as investigações por três motivos principais: risco de destruição de provas, possibilidade de combinação de versões entre os investigados e perda da eficácia das diligências. A publicação chegou a ser retirada do ar após contato da PF com o veículo de imprensa.

Com receio de novas perdas, a PF agiu rapidamente após o vazamento e, apenas dois dias depois, representou com urgência à Justiça Eleitoral por mandados de busca e apreensão. O pedido foi autorizado e a operação ocorreu ainda em dezembro, às vésperas do Natal.

Além das suspeitas de destruição de provas, a PF também utilizou dados de localização obtidos por torres de celular para monitorar os passos da vereadora e garantir a apreensão do seu telefone, considerado peça-chave na investigação. A apuração resultou na prisão de Tatiana Medeiros, cuja detenção foi posteriormente mantida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI).


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