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Ministro de Lula reage a ameaça de sanção do governo Trump contra Alexandre de Moraes

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, reagiu nesta quinta-feira (22) à declaração do secretário de Estado do governo de Donald Trump, Marco Rubio, que afirmou haver uma “grande possibilidade” de os Estados Unidos imporem sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Sem citar diretamente a fala de Rubio, cujo cargo equivale ao de chanceler, Messias defendeu a independência do Judiciário brasileiro e ressaltou a necessidade de respeito mútuo entre as nações. “No Brasil, valorizamos e nos orgulhamos do princípio da separação dos Poderes. A magistratura nacional independente é um dos pilares fundamentais do Estado de Direito. A democracia não pode existir sem a independência entre os Poderes. Respeitamos a soberania de todas as nações, e a boa convivência pressupõe a reciprocidade”, afirmou o ministro.

Messias também destacou a tradição de cooperação entre os dois países: “A histórica relação de parceria, amizade e benefícios mútuos entre países amigos e democráticos deve sempre servir como um farol, orientando as decisões tomadas pelas autoridades constituídas”, declarou.

Embora não tenha mencionado nominalmente os Estados Unidos, interlocutores próximos ao ministro confirmaram que a manifestação foi uma resposta direta à fala de Rubio. O secretário de Estado do governo Trump fez a declaração na quarta-feira (21), durante uma sessão da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA.

Na ocasião, Rubio foi questionado pelo deputado republicano Cory Mills sobre a possibilidade de Washington impor sanções a Alexandre de Moraes, acusado por parlamentares bolsonaristas de promover “censura” no Brasil. “Isso está sob análise neste momento, e há uma grande possibilidade de que isso aconteça”, afirmou o secretário.

A tensão diplomática ocorre em meio ao avanço do governo Trump, que reassumiu a presidência dos EUA neste ano, sobre temas relacionados à democracia e à liberdade de expressão em países aliados.

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