Mark Carney faz primeira visita a Washington como premiê e rejeita integração com os EUA: “O Canadá não está à venda”
Em sua primeira visita oficial a Washington como primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney adotou um tom firme diante do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante encontro realizado nesta terça-feira (6), na Casa Branca, Carney afirmou categoricamente que o Canadá “não está à venda, nunca estará”, ao rebater de forma direta provocações de Trump sobre uma possível integração dos dois países.
“Nunca diga nunca”, respondeu Trump, em tom bem-humorado, durante a conversa no Salão Oval.
Carney, recém-eleito em 28 de abril com uma plataforma centrada no enfrentamento às políticas do líder norte-americano, pertence ao Partido Liberal, o mesmo do ex-premiê Justin Trudeau. Ele venceu as eleições sem o apoio de Trump, cuja administração impôs tarifas sobre produtos canadenses e chegou a flertar publicamente com a ideia de anexar o país vizinho.
Apesar do histórico tenso, os dois líderes adotaram uma postura mais conciliatória no início da reunião, trocando elogios e acenos diplomáticos. Trump chegou a afirmar que a possibilidade de fusão entre os dois países seria “um casamento maravilhoso”, embora tenha reconhecido que o tema não estava na pauta do encontro.
Relações comerciais sob tensão
As tarifas impostas por Trump seguem como ponto central de divergência entre os dois governos. O presidente americano declarou que ele e Carney iriam discutir “pontos difíceis”, sugerindo que os Estados Unidos poderiam reduzir sua dependência de produtos canadenses.
“Independentemente de qualquer coisa, seremos amigos do Canadá. O Canadá é um lugar muito especial para mim”, afirmou Trump, destacando que os EUA sempre protegerão o país vizinho.
O governo Carney, por sua vez, prometeu aos eleitores uma nova abordagem nas relações bilaterais com Washington, com foco na diversificação da economia canadense, hoje fortemente dependente das exportações para os Estados Unidos.
Antes da visita, Carney já havia minimizado as chances de avanços imediatos nas negociações. Questionado durante a coletiva se havia algo que o premiê canadense pudesse dizer para convencer Trump a suspender as tarifas, o presidente norte-americano respondeu secamente: “Não”.