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Lula reage a sobretaxas dos EUA e defende reciprocidade econômica

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou nesta quinta-feira (3) a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas recíprocas a uma série de países que cobram taxas sobre produtos norte-americanos, incluindo o Brasil. A medida prevê uma taxa de 10% sobre todas as importações brasileiras para os EUA.

Lula abordou o tema durante um evento com ministros, aliados e parlamentares, onde fez um balanço dos primeiros anos de seu governo. O encontro teve como slogan “Brasil dando a volta por cima”.

Reação do governo brasileiro

Durante seu discurso, o presidente afirmou que o Brasil não aceitará medidas protecionistas e garantiu que haverá resposta a qualquer tentativa de prejudicar a economia nacional.

“Somos um país que não tolera ameaça à democracia, que não abre mão de sua soberania e que fala de igual para igual com todas as nações. Exigimos reciprocidade no tratamento comercial”, declarou Lula.

Ele também afirmou que o governo tomará “todas as medidas cabíveis” para proteger as empresas e trabalhadores brasileiros, tendo como base a Lei da Reciprocidade Econômica, aprovada pelo Congresso Nacional.

Lei da Reciprocidade Econômica

Em resposta à decisão dos EUA, o Congresso aprovou um projeto que permite ao Brasil impor tarifas a países que adotem medidas consideradas injustas. Atualmente, o Brasil segue as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), que proíbe favorecimento ou penalização de países específicos. Contudo, a nova legislação dá margem para exceções, permitindo reações proporcionais ao impacto econômico causado por decisões externas.

Evento de balanço do governo

O evento realizado nesta quinta-feira marcou os dois anos e três meses do terceiro mandato de Lula. Diferente das cerimônias tradicionais, o encontro foi conduzido por duas apresentadoras, e não por ministros e secretários. Lula e a primeira-dama, Janja, sentaram-se na primeira fila da plateia antes do discurso presidencial.

Popularidade em queda

Apesar das tentativas de fortalecimento da imagem do governo, a popularidade de Lula enfrenta queda nos últimos meses. Uma pesquisa do instituto Quaest, divulgada na quarta-feira (2), apontou que a desaprovação do presidente subiu de 49% para 56%, o pior índice desde o início do mandato.

Para tentar reverter o cenário, Lula nomeou o publicitário Sidônio Palmeira como ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) em janeiro, no lugar do deputado Paulo Pimenta (PT-RS). A nova estratégia tem buscado modernizar a linguagem nas redes sociais e estimular comparações entre o governo atual e a gestão de Jair Bolsonaro (2019-2022). Até o momento, no entanto, os efeitos da mudança ainda são limitados.

Especialistas apontam que fatores como a alta no preço dos alimentos e preocupações com a segurança pública impactam negativamente a imagem do governo. Para enfrentar o problema da violência, Lula anunciou em 2023 a intenção de enviar ao Congresso uma proposta para ampliar a participação da União na segurança pública, mas a medida ainda não avançou.

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