Lula reage a críticas dos EUA: “Não é um gringo que vai dar ordem para esse presidente”
Durante o 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune), realizado nesta quinta-feira (17) em Goiânia (GO), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou duramente a postura do governo dos Estados Unidos em relação ao Brasil. Em discurso, o petista afirmou que não aceitará ordens de líderes estrangeiros.
“Não é um gringo que vai dar ordem para esse presidente da República”, declarou Lula, em referência direta ao presidente norte-americano.
A declaração ocorre em meio a tensões diplomáticas, após o governo dos EUA, por meio do Escritório do Representante de Comércio (USTR), anunciar a abertura de uma investigação contra o Brasil. O órgão alega a existência de práticas comerciais desleais que estariam prejudicando empresas norte-americanas.
Segundo autoridades norte-americanas, as críticas se concentram em temas como o comércio digital, pagamentos eletrônicos – como o Pix – e a venda de produtos falsificados.
A crise se intensificou após o ex-presidente Donald Trump anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com vigência a partir de 1º de agosto. Em uma carta enviada ao governo brasileiro, Trump teria condicionado a suspensão da medida à não prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando que o aliado estaria sendo vítima de uma “caça às bruxas” por parte do Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula ironizou o conteúdo do documento, afirmando que se tratava de uma postura autoritária: “Ou dá, ou desce”.
Ainda durante o evento estudantil, o presidente destacou que o Brasil preza pela diplomacia e pelas negociações, conduzidas principalmente pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Ele comparou o momento às estratégias de um jogo de truco.
“Quando o cara truca, a gente tem que escolher: eu corro ou grito seis na orelha dele. Eu estou jogando. O Brasil gosta de negociação”, afirmou.