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Lula-colossal é registrada pela primeira vez viva em seu habitat natural

Animal pode chegar a sete metros de comprimento e pesar mais de 500 kg

Pela primeira vez, uma lula-colossal foi registrada viva em seu habitat natural: as profundezas do oceano próximo às Ilhas Sandwich do Sul, no Atlântico Sul. Considerado o invertebrado mais pesado do mundo, esse animal pode atingir mais de sete metros de comprimento e pesar cerca de 500 kg na vida adulta.

A descoberta foi feita por pesquisadores do Schmidt Ocean Institute, dos Estados Unidos, durante uma expedição com o navio Falkor, em 9 de março. A equipe operava um submersível remoto a 600 metros de profundidade quando se deparou com o animal, que tinha cerca de 30 cm — um exemplar ainda jovem da espécie Mesonychoteuthis hamiltoni.

Segundo os cientistas, esse é um feito inédito. Até então, todas as informações sobre a lula-colossal vinham de exemplares mortos encontrados em redes de pesca ou no estômago de baleias. A primeira identificação da espécie foi feita em 1925, após restos do animal serem encontrados por um biólogo marinho na Escócia.

“Este não é um bebê, mas também não é um adulto. Podemos pensar nela como uma lula adolescente”, afirmou à National Geographic o especialista Aaron Evans.

Conhecida também como “lula de vidro”, a espécie pertence à família dos cranquídeos, que reúne cerca de 60 tipos de lulas com aparência translúcida. Essa característica as ajuda a se camuflar no ambiente escuro do fundo do mar, por meio de pigmentos chamados cromatóforos e órgãos luminosos chamados fotóforos.

A nova observação pode abrir caminho para estudos sobre o comportamento da espécie, ainda pouco conhecido. Isso porque lulas-colossais adultas vivem em profundidades extremas, o que dificulta o monitoramento. Já os exemplares jovens, como o encontrado em março, tendem a habitar regiões mais rasas.

Nos últimos anos, houve poucos registros significativos da espécie. Em 1981, pescadores soviéticos capturaram uma lula de 5,2 metros. Em 2003, um espécime de 6,1 metros foi encontrado morto na costa da Nova Zelândia. Já em 2007, uma lula com 9,1 metros foi registrada viva após ser capturada, mas morreu pouco depois.

As lulas-colossais se alimentam de peixes grandes como a merluza-negra e de outras lulas. Entre seus predadores estão baleias, elefantes-marinhos, pinguins e grandes peixes.

Essa não foi a única descoberta da equipe em 2024. Em janeiro, os pesquisadores também registraram pela primeira vez a espécie Galiteuthis glacialis em seu habitat, a 686 metros de profundidade na Península Antártica.

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