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Justiça determina uso de tornozeleira eletrônica para ex-superintendente da Strans e ex-gerente de Trânsito em Teresina

O juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-superintendente da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), Bruno Pessoa, e pelo ex-gerente de Gestão de Trânsito, Daniel Lima Araújo. A decisão foi tomada no contexto das investigações da Operação Reset, que apura um esquema de cancelamento irregular de multas de trânsito na capital piauiense.

Bruno Pessoa é sobrinho do ex-prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, e ocupou o cargo de superintendente da Strans até janeiro de 2024. Segundo a Polícia Civil, ele e outros investigados teriam participado de um esquema que resultou na exclusão indevida de 2.419 multas de trânsito entre fevereiro e junho de 2024, gerando prejuízo estimado em aproximadamente R$ 500 mil aos cofres públicos.

As investigações indicam que o cancelamento das multas ocorreu fora dos trâmites legais, sem análise técnica nem formalização de pedidos, contrariando os procedimentos exigidos. Parte dos cancelamentos teria sido feita com o uso de senhas administrativas fora do horário de expediente, o que chamou atenção dos investigadores.

De acordo com o delegado Ferdinando, responsável pelo inquérito, terceirizados e chefes de setor comissionados executavam ordens superiores para burlar o sistema da Strans, o que teria beneficiado pessoas com influência política, empresas e até autoridades.

“Recebiam bilhetes com placas de veículos, sem qualquer formalização. Esses dados eram inseridos no sistema e as multas, canceladas. Em alguns casos, houve relatos de pagamentos em dinheiro aos operadores responsáveis pelas exclusões”, afirmou o delegado.

O relatório que embasou a investigação foi produzido pela própria Strans, ainda durante a gestão do então superintendente coronel Edvaldo Marques, sucessor de Bruno Pessoa.

Além de Bruno Pessoa e Daniel Lima Araújo, também são investigados Lucas da Rocha Lima, ex-chefe da Gerência de Gestão de Trânsito, e dois servidores terceirizados. A Polícia Civil do Piauí segue com as investigações para identificar todos os envolvidos e os beneficiados pelas irregularidades.

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