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Justiça designa nova juíza para processo da vereadora Tatiana Medeiros

Parlamentar está presa sob suspeita de ligação com facção criminosa em Teresina

O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) designou a juíza Júnia Maria Bezerra Feitosa Fialho, da 1ª Zona Eleitoral, para conduzir o processo que envolve a vereadora Tatiana Medeiros (PL), presa desde 3 de abril sob suspeita de participação em organização criminosa e crimes eleitorais. A substituição ocorreu após a juíza Gláucia Mendes de Macêdo, da 98ª Zona Eleitoral de Teresina, se afastar do caso por motivos de foro íntimo.

Entenda o caso

Tatiana Medeiros é alvo da Operação Escudo Eleitoral, deflagrada pela Justiça Eleitoral em parceria com a Polícia Federal, que apura crimes como lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, corrupção eleitoral e envolvimento com facção criminosa. Além da vereadora, outras oito pessoas, incluindo familiares e funcionários da ONG Vamos Juntos, também se tornaram rés no processo.

Antes de deixar o caso, a juíza Gláucia Macêdo reconheceu a robustez da denúncia apresentada pelo Ministério Público, que aponta a existência de uma estrutura hierarquizada e funcional, com atuação direta dos acusados. A magistrada ainda determinou a manutenção das prisões preventivas e comunicou oficialmente órgãos como a Receita Federal, a Câmara Municipal de Teresina e o Ministério Público Estadual.

Defesa e próximos passos

Os réus, incluindo Tatiana, têm agora um prazo de 10 dias para apresentar suas defesas. Após esse período, deverá ser marcada a audiência de instrução e julgamento.

Celular entregue pela mãe

Em depoimento recente, Maria Odélia, mãe da vereadora, admitiu ter entregue pessoalmente um iPhone 16 Pro Max à filha, que está custodiada no Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar do Piauí. A declaração contradiz a versão anterior dada pela própria parlamentar, que havia atribuído a entrega a um advogado.

Segundo Maria Odélia, a motivação foi a preocupação com as crises psicológicas que Tatiana vinha enfrentando durante a prisão. A mãe relatou que a vereadora sofreu ao menos seis episódios de crises emocionais no QCG, e o celular seria uma forma de manter um canal direto para pedir socorro em caso de emergência.

Estado de saúde

Tatiana Medeiros foi internada na última quarta-feira (21) no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) após um episódio de uso excessivo de medicação para pressão arterial. Posteriormente, foi transferida para o Hospital da Polícia Militar (HPM), onde recebeu alta médica na manhã de sexta-feira (23). Após a alta, foi reconduzida à sala de estado-maior no QCG. A equipe médica diagnosticou sintomas depressivos associados à sua condição.

Decisão do TSE mantém prisão

Na quarta-feira (20), o ministro Nunes Marques, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), recusou-se a analisar o mérito do habeas corpus apresentado pela defesa de Tatiana, sob o argumento de que o recurso ainda não foi apreciado pelo plenário do TRE-PI. Assim, a vereadora segue presa no QCG, onde permanece à disposição da Justiça.

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