Jovem é indiciado por feminicídio após matar ex-companheira com dezenas de golpes de canivete em Teresina
Pedro Rocha Pereira e Farias, de 23 anos, foi oficialmente indiciado pela Polícia Civil do Piauí (PC-PI) por feminicídio após confessar o assassinato brutal de sua ex-companheira, Gisele Maria Pinheiro Pereira, de 33 anos. O crime ocorreu no último dia 5 de abril, um dia antes de sua prisão ser decretada como preventiva.
De acordo com a delegada Nathália Figueiredo, do Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o crime foi motivado por violência de gênero e ocorreu cerca de 15 dias após o fim do relacionamento. A investigação aponta que Gisele vivia em um contexto de relacionamento abusivo, marcado por ciúmes e controle excessivo. “Ela terminou o relacionamento justamente por não suportar mais esse comportamento abusivo”, disse a delegada.
A vítima foi assassinada em seu próprio apartamento com cerca de 20 golpes de canivete, atingindo principalmente o tórax, o pescoço e as costas. A perícia encontrou a arma do crime escondida embaixo de um sofá. Pedro relatou à polícia que passou a noite anterior ao crime com Gisele e voltou ao local sob a justificativa de buscar seus chinelos. Ao chegar, iniciou-se uma discussão motivada por um conteúdo que ele teria visto no celular da vítima.
O caso foi encaminhado ao Poder Judiciário. Após o indiciamento, o Ministério Público deverá apresentar denúncia formal contra o acusado, que, se aceita pela Justiça, o tornará réu no processo. Pedro segue preso preventivamente.
Família da vítima clama por justiça
O pai de Gisele, Antônio de Sousa Pereira, contou que a filha sofria com o relacionamento abusivo e que, após diversas ameaças e agressões, decidiu sair de casa para tentar recomeçar. “Ela não aguentava mais. Apesar de gostar muito dele, ela sofria com os abusos e isso agravava o estado emocional dela. Foi por isso que decidiu alugar um apartamento e morar sozinha”, relatou.
Antônio destacou ainda que a filha enfrentava dificuldades emocionais e que o ex-companheiro se aproveitava de sua fragilidade. “Ela insistiu por um tempo, acreditando que podia melhorar, mas chegou num ponto que não dava mais. Agora, queremos justiça”, desabafou.