Greta Thunberg é deportada de Israel após tentativa de chegar a Gaza de barco
A ativista sueca Greta Thunberg foi deportada de Israel nesta terça-feira (10), após ser detida pelo Exército israelense junto com outros ativistas que viajavam no navio de ajuda humanitária Madleen, com destino à Faixa de Gaza. O ativista brasileiro Thiago Ávila, que também estava na embarcação, foi detido e deve retornar ao Brasil.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou que Thunberg embarcou em voo para a Suécia, com conexão na França. Cinco ativistas franceses, incluindo a deputada do Parlamento Europeu Rima Hassan, recusaram-se a sair voluntariamente e também serão deportados. As autoridades israelenses alertaram que quem recusar assinar os documentos de deportação poderá responder judicialmente.
O navio Madleen, integrante da Coalizão Flotilha da Liberdade, organiza ações para romper o bloqueio israelense a Gaza e entregar ajuda humanitária. A embarcação foi interceptada por Israel na segunda-feira (9) e levada ao porto de Ashdod.
A Coalizão denunciou que o navio foi abordado de forma ilegal e com agressividade pelos militares israelenses. A Anistia Internacional condenou a ação, afirmando que a interceptação em águas internacionais viola o direito internacional e coloca em risco a segurança dos ativistas.
Israel justifica o bloqueio afirmando que impede a entrada de todas as embarcações a Gaza conforme o direito internacional. O país mantém desde 2 de março um bloqueio humanitário total à região, restringindo o envio de alimentos, remédios e demais ajudas para os mais de 2 milhões de habitantes. Embora tenha liberado parte da ajuda em maio, organizações humanitárias alertam que a crise humanitária permanece grave, com risco crescente de fome.
Um relatório apoiado pela ONU indica que 20% da população de Gaza enfrenta fome. Recentemente, dezenas de palestinos foram mortos enquanto buscavam auxílio distribuído por uma nova organização apoiada pelos EUA, a Fundação Humanitária de Gaza, que tenta substituir o sistema de ajuda da ONU na região. As Nações Unidas alertam que esse novo modelo pode representar um risco à segurança das pessoas mais vulneráveis.