Governo Lula antecipa possíveis sanções dos EUA com início do julgamento de Bolsonaro no STF
Com o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), o governo Lula monitora a possibilidade de novas sanções dos Estados Unidos. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro teria liderado ações ilegais para permanecer no poder, impedindo a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Sanções dos EUA e Lei Magnitsky
O governo norte-americano já aplicou sanções contra ministros do STF, incluindo Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, por supostas violações de direitos humanos. Entre as medidas estão:
- Bloqueio de bens e contas bancárias nos EUA
- Proibição de entrada no país
- Restrição de negócios com empresas e cidadãos americanos
Além disso, familiares do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e funcionários ligados ao programa Mais Médicos também tiveram vistos revogados, sob alegações de “cumplicidade com o esquema de exportação de mão de obra do regime cubano”.
Retaliação e Lei da Reciprocidade
O Itamaraty iniciou processo de consulta à Câmara de Comércio Exterior (Camex) para avaliar medidas de reciprocidade contra os EUA, incluindo:
- Quebra de patentes de medicamentos
- Tributação de aplicativos de streaming
O presidente Lula afirmou que “não tem pressa” na aplicação da lei, mas busca acelerar negociações sobre o tarifaço de 50% aplicado pelos EUA a produtos brasileiros. O setor industrial demonstrou cautela, defendendo o diálogo antes da adoção de medidas de retaliação.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou que a Lei da Reciprocidade é um instrumento importante e que seu uso pode acelerar o diálogo entre os países.
Dificuldades diplomáticas
Lula criticou a dificuldade de negociação com o governo de Donald Trump, destacando que uma reunião agendada entre o secretário do Tesouro dos EUA e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi desmarcada após intervenção de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Ainda assim, o presidente brasileiro afirmou estar disposto a negociar sobre as tarifas aplicadas aos produtos do Brasil: “A hora que eles quiserem negociar, o Lulinha paz e amor está de volta”.