Estudo relembra histórico natural das variações climáticas e avanço das geleiras
O derretimento das geleiras costuma ser apontado como uma das provas mais evidentes de que a ação humana estaria causando mudanças climáticas catastróficas. No entanto, registros geológicos e históricos indicam que o clima da Terra sempre passou por ciclos naturais de aquecimento e resfriamento, muito antes da industrialização e do aumento das emissões de dióxido de carbono (CO₂).
Desde sua formação, o planeta atravessou diversas Eras do Gelo, nas quais grandes extensões estavam cobertas por gelo. Em seguida, ocorreram períodos de aquecimento global natural, levando ao recuo das geleiras. Esses ciclos se repetiram ao longo de milênios, influenciados por fatores como atividade solar, variações na órbita terrestre, correntes oceânicas e erupções vulcânicas.
Exemplos históricos reforçam esse padrão. Entre os séculos IX e XIV, no chamado Período Quente Medieval, temperaturas mais altas permitiram a existência de áreas cultiváveis na Groenlândia. Já entre os séculos XV e XIX, a Pequena Idade do Gelo fez com que rios como o Tâmisa, em Londres, chegassem a congelar com frequência.
Para alguns especialistas, se a elevação da temperatura global estivesse diretamente e exclusivamente ligada às emissões humanas, o aumento seria constante ao longo das últimas décadas. No entanto, dados mostram alternância entre fases de aquecimento e resfriamento, sugerindo a participação de outros fatores climáticos.
Além disso, estudiosos destacam que problemas ambientais e questões climáticas não devem ser tratados como se fossem equivalentes. Enquanto a preservação ambiental envolve manejo responsável dos recursos naturais, as variações climáticas fazem parte de processos geológicos e atmosféricos que acompanham a história do planeta.
Segundo essa perspectiva, o atual recuo das geleiras seria apenas mais um capítulo dentro do ciclo natural da Terra. O período interglacial em que vivemos ainda é considerado frio se comparado a interglaciais anteriores, quando temperaturas cerca de 2°C mais altas reduziram significativamente a presença de gelo no planeta.