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Ucrânia aceita proposta dos EUA para cessar-fogo de 30 dias com a Rússia

A Ucrânia anunciou estar disposta a aceitar a proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo de 30 dias com a Rússia, após negociações realizadas na Arábia Saudita. O acordo foi confirmado por autoridades dos EUA, que também anunciaram a retomada imediata do compartilhamento de inteligência e da assistência de segurança ao país.

O apoio militar dos EUA à Ucrânia havia sido interrompido em 5 de março. Nos três anos desde o início da invasão russa, a assistência norte-americana tem sido essencial para a resistência ucraniana. As negociações, realizadas nesta terça-feira (11) em Jeddah, contaram com a participação de diversas autoridades e tiveram como um dos objetivos a reaproximação entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e Donald Trump.

Em um comunicado após o encontro, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que a proposta americana busca um cessar-fogo completo e o início de negociações para um fim duradouro do conflito. Segundo Rubio, a Ucrânia aceitou a proposta e agora a decisão está nas mãos da Rússia. “Se Moscou rejeitar, ficará claro quem está impedindo a paz”, afirmou.

O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz, destacou que as reuniões abordaram as condições para um fim definitivo da guerra e as garantias de segurança necessárias a longo prazo. Questionado se a oferta inclui um cessar-fogo total na linha de frente, e não apenas no espaço aéreo e marítimo, Rubio confirmou: “A oferta é para parar os disparos”.

Enquanto as negociações ocorriam, a Rússia sofreu um ataque com drones na região de Moscou, resultando na morte de três pessoas. O governo russo afirmou que este foi o maior ataque do tipo desde o início da guerra.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky agradeceu a Donald Trump pelo diálogo construtivo entre as equipes e reiterou que a Ucrânia está disposta a aceitar o cessar-fogo. Em pronunciamento, Zelensky declarou que agora cabe aos EUA convencer a Rússia a aderir ao acordo. “A Ucrânia está pronta para a paz, a Rússia precisa mostrar sua intenção”, afirmou.

A comunidade internacional reagiu positivamente ao anúncio. O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, classificou o movimento como um passo importante rumo à paz. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que a União Europeia está pronta para apoiar as negociações. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, celebrou a iniciativa e enfatizou a necessidade de intensificar os esforços para um acordo definitivo.

Atualmente, Moscou controla cerca de 20% do território ucraniano, especialmente no sul e no leste do país. Desde a derrubada do governo pró-Rússia em 2014, a Ucrânia defende que qualquer acordo de paz deve incluir a retirada total das tropas russas dos territórios ocupados, incluindo Crimeia, Donetsk e Luhansk. No entanto, a Rússia anexou formalmente quatro regiões ucranianas em 2022 e exige seu reconhecimento como parte do território russo.

O desfecho do cessar-fogo e as próximas etapas das negociações dependerão da resposta do Kremlin, que ainda não se pronunciou oficialmente sobre a proposta.

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