Trump cita tarifas do Brasil em discurso ao Congresso dos EUA
Em um discurso ao Congresso dos Estados Unidos na noite desta terça-feira (4), o presidente Donald Trump mencionou o Brasil ao abordar a aplicação de “tarifas recíprocas” aos parceiros comerciais do país. Além do Brasil, Trump citou Canadá, Índia e China como nações que serão impactadas pelas novas tarifas, previstas para entrar em vigor no dia 2 de abril.
“Outros países usaram tarifas contra nós por décadas, e agora é a nossa vez de começar a usá-las contra eles. A União Europeia, China, Brasil, Índia, México e Canadá e diversas outras nações cobram tarifas tremendamente mais altas do que cobramos deles. É injusto”, declarou Trump.
O presidente norte-americano criticou as atuais políticas tarifárias internacionais e citou exemplos como a Índia, que segundo ele cobra taxas superiores a 100% sobre produtos dos EUA. Trump também destacou que a tarifa média da China sobre mercadorias americanas é o dobro da cobrada pelos Estados Unidos, enquanto a da Coreia do Sul seria quatro vezes maior.
Trump reforçou que seu governo adotará uma política de reciprocidade nas tarifas comerciais. “No que eles nos taxarem, nós os taxaremos. Se aplicarem medidas não tarifárias para nos manter fora do mercado deles, então nós faremos barreiras não monetárias para mantê-los fora do nosso mercado. Nós teremos trilhões de dólares e criaremos empregos como nunca vimos antes”, afirmou.
O governo norte-americano já havia anunciado, no mês passado, a intenção de revisar a aplicação de tarifas recíprocas sobre todos os parceiros comerciais. A investigação sobre o tema deve ser concluída até 1º de abril.
Durante sua campanha eleitoral, Trump prometeu combater práticas comerciais que considera desleais por parte de outros países. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reforçou essa posição ao afirmar que “é inacreditável a maneira como somos enganados no mundo todo”.
A política comercial de Trump tem gerado reações internacionais e pode impactar diversos setores da economia global. O Brasil, como um dos países citados, acompanha de perto os desdobramentos das novas medidas tarifárias.