Teresinenses Sofrem com Greve Surpresa no Transporte Público
A manhã desta segunda-feira (12) começou complicada para os usuários do transporte coletivo de Teresina. Os trabalhadores do sistema de ônibus deflagraram uma greve por tempo indeterminado, pegando muitos passageiros de surpresa e causando transtornos para se locomover pela cidade.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro), cerca de 90% da frota de ônibus paralisou as atividades nas garagens da capital. A categoria alega que busca um acordo salarial e melhorias nos benefícios, como vale-alimentação e plano de saúde, desde janeiro, mas não obteve sucesso nas negociações com as empresas.
Claudio Gomes, secretário de imprensa do Sintetro, explicou que a greve é um direito exercido diante da falta de resolução das demandas dos trabalhadores.
A paralisação gerou um impacto imediato na vida dos teresinenses. A aposentada Maria de Deus, moradora do bairro Tancredo Neves, precisou desembolsar R$ 44 em um carro por aplicativo para chegar a uma consulta no centro da cidade – um valor onze vezes maior que a tarifa normal do ônibus.
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) já havia determinado que o Sintetro mantivesse um percentual mínimo de ônibus circulando: 80% da frota nos horários de pico e 40% nos demais horários. Em caso de descumprimento, o sindicato pode ser multado em R$ 50 mil por dia.
Para tentar amenizar a situação, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) abriu um cadastro para veículos alternativos. Até o momento, 42 veículos foram cadastrados e estão autorizados a cobrar o valor integral da passagem (R$ 4) de todos os passageiros, aceitando dinheiro e Pix.
Por outro lado, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) informou que acionou a Justiça do Trabalho, solicitando que 100% da frota opere nos horários de maior movimento e 89% nos demais horários, incluindo os domingos.
Em nota, o Setut classificou a paralisação como um “abuso do direito de greve”, alegando que foi comunicada com apenas 36 horas de antecedência, desrespeitando o prazo legal de 72 horas para serviços essenciais. O sindicato patronal também mencionou uma decisão liminar anterior do TRT que já determinava a circulação mínima de 30% a 80% da frota.
A população de Teresina agora aguarda um desfecho para essa greve que impacta diretamente a mobilidade urbana e a rotina de milhares de pessoas. As negociações entre o Sintetro e o Setut devem continuar para buscar um acordo que atenda às demandas dos trabalhadores e restabeleça o serviço essencial de transporte público na cidade.