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STF inicia julgamento de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe: veja os principais pontos do 1º dia

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta terça-feira (2), o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado. O processo envolve integrantes do chamado “núcleo crucial” da articulação golpista, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Bolsonaro responde pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Também são réus: o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), o almirante Almir Garnier, os generais Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, o delegado e ex-ministro da Justiça Anderson Torres, e o tenente-coronel Mauro Cid. Todos negam as acusações e pedem absolvição.

O que marcou o primeiro dia

🔹 Recados a Donald Trump – O relator Alexandre de Moraes afirmou que o STF não se submeterá a pressões internas ou externas. A fala foi interpretada como resposta às declarações do ex-presidente americano, que vinculou tarifas sobre produtos brasileiros ao julgamento de Bolsonaro.

🔹 Ausência de Bolsonaro – O ex-presidente não compareceu à sessão, alegando problemas de saúde. Desde julho, ele cumpre prisão domiciliar em Brasília. Apenas o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira esteve presente.

🔹 A batalha da delação de Mauro Cid – Defesas questionaram a validade do acordo de colaboração do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, alegando contradições em seus depoimentos. A PGR defendeu a manutenção, mas pediu redução dos benefícios devido a omissões.

🔹 Elogios e constrangimentos – Advogados usaram parte de suas sustentações para longos cumprimentos aos ministros. Houve momentos de descontração, como quando um defensor chamou Luiz Fux de “atraente”, mas também constrangimento após referências à ligação do ministro Cristiano Zanin com o presidente Lula.

Próximos passos

O julgamento será retomado nesta quarta-feira (3) com a continuidade das sustentações orais. Na próxima semana, os ministros da Primeira Turma começarão a votar. Serão necessários três votos para formar maioria pela condenação ou absolvição dos réus. A expectativa é que o resultado seja conhecido até o final da semana que vem.

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