DESTAQUEGoverno BrasilRecentes

Governo brasileiro observa com cautela movimentação militar dos EUA perto da Venezuela

A movimentação de forças militares americanas na região do Caribe, próxima à Venezuela, vem sendo acompanhada de perto pelo governo brasileiro. Autoridades em Brasília demonstram preocupação com a possibilidade de que a ofensiva contra o regime de Nicolás Maduro evolua para uma intervenção militar, o que poderia afetar diretamente o Brasil, que compartilha mais de 2 mil quilômetros de fronteira com o país vizinho.

Fontes ouvidas destacam que, até o momento, não há reação concreta prevista, mas avaliam que os Estados Unidos parecem preparar terreno para uma eventual ação militar contra Caracas. Um dos sinais foi a decisão de Washington de oferecer uma recompensa de até US$ 50 milhões pela captura de Maduro, acusado pelo Departamento de Justiça de chefiar um cartel de narcotráfico.

Escalada de tensões

Na última segunda-feira (18), Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em todo o território venezuelano, em resposta ao que chamou de “ameaças” dos EUA. Já a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o governo Trump está disposto a “usar toda a força” contra o regime, que classificou como “narcoterrorista”.

De acordo com informações da imprensa americana, uma frota naval composta por três destróieres — USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson, todos equipados com sistema de mísseis Aegis — aproxima-se da costa venezuelana. A operação ainda deve envolver submarino nuclear, aeronaves de reconhecimento P8 Poseidon, contratorpedeiros e um cruzador de mísseis guiados.

Além disso, mais de 4 mil fuzileiros navais e marinheiros da 22ª Unidade Expedicionária e do Grupo Anfíbio de Prontidão Iwo Jima foram mobilizados pelo Comando Sul dos EUA. A expectativa é de que as operações se estendam por meses em águas e espaço aéreo internacionais.

Impactos regionais

O governo brasileiro teme que a ofensiva dos EUA afete a estabilidade regional ou alcance águas brasileiras, o que criaria novos desafios diplomáticos entre Brasília e Washington.

A Casa Branca, por sua vez, defende que a ação faz parte de uma estratégia mais ampla contra cartéis de drogas, o tráfico de fentanil e rotas ilegais de imigração. Segundo autoridades americanas, os ativos militares no Caribe podem servir tanto para vigilância e inteligência quanto como plataforma para ataques cirúrgicos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *