Fábio Novo questiona demora da Prefeitura de Teresina em revelar rombo de R$ 1 bilhão
A revelação feita pelo prefeito de Teresina, Silvio Mendes (União Brasil), de que a Prefeitura enfrenta um rombo fiscal superior a R$ 1 bilhão, repercutiu na Assembleia Legislativa do Piauí nesta semana. O deputado estadual Fábio Novo (PT), principal adversário de Mendes nas eleições de 2024, classificou como “estranha” a demora da atual gestão em divulgar a real situação das finanças do município.
Segundo o parlamentar, a existência do déficit já era conhecida desde o período de transição de governo. “A Comissão de Transição, criada por uma lei de minha autoria, já havia levantado documentos que apontavam essa realidade. Após a eleição, já se comentava sobre esse rombo”, afirmou Novo.
Para o deputado, a falta de transparência e de medidas concretas para responsabilizar os culpados é preocupante. “É preciso dizer quem causou esse rombo, quais providências foram tomadas, se há auditorias em andamento. Não vi a Prefeitura anunciar nenhuma ação para punir quem gerou esse prejuízo à cidade”, declarou.
Fábio Novo também advertiu que o desequilíbrio fiscal não deve servir como desculpa para inércia administrativa. De acordo com ele, apenas nos cinco primeiros meses de 2025, a Prefeitura de Teresina recebeu cerca de R$ 1,7 bilhão em transferências constitucionais, como ICMS e Fundo de Participação dos Municípios (FPM), sem considerar a arrecadação própria.
Por outro lado, o prefeito Silvio Mendes afirmou que o cenário é ainda mais grave do que se imaginava no início do mandato. Segundo ele, auditorias internas já identificaram cerca de R$ 500 milhões em dívidas documentadas herdadas de gestões anteriores, totalizando mais de R$ 1 bilhão em passivos.
Em entrevista, Mendes informou que contratos e licitações firmados durante a gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa estão sendo revisados e encaminhados para análise do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Ministério Público. Ele também citou medidas já tomadas, como extinção de secretarias, cortes de cargos e revisão de contratos, mas admitiu que ainda são insuficientes para conter o rombo.