Entregadores bloqueiam shoppings em São Paulo no segundo dia de paralisação nacional
A mobilização de 48 horas dos entregadores de aplicativo continua nesta terça-feira (1º), com bloqueios em diversos shoppings de São Paulo (SP). Os trabalhadores impediram a saída de mercadorias por delivery nos shoppings Eldorado, Center 3, TriMais Places, Tucuruvi, Santana Park, Morumbi, Bourbon e West Plaza. O movimento também afetou outros centros comerciais da capital, incluindo o Jardim Pamplona, Market Place e Interlagos.
A paralisação, que ocorre em cerca de 60 cidades, reivindica o aumento da taxa mínima por corrida de R$ 6,50 para R$ 10 e o reajuste do valor pago por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50. Além disso, os entregadores exigem a limitação das entregas feitas de bicicleta a um raio de 3 km e o pagamento integral por corridas agrupadas.
Na segunda-feira (31), cerca de dois mil entregadores protestaram em frente à sede do iFood, em Osasco (SP), mas tiveram suas demandas negadas. Após a reunião com diretores da empresa, a categoria decidiu intensificar os bloqueios nos principais pontos de coleta de pedidos.
Um levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel SP) apontou que restaurantes que operam exclusivamente com o iFood tiveram queda de 100% nas entregas durante a paralisação. Já aqueles que utilizam múltiplas plataformas registraram uma redução entre 70% e 80% no volume de pedidos.
Em resposta, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Abomitec), que representa empresas do setor, declarou que respeita o direito de manifestação e citou um estudo do Cebrap que aponta um crescimento de 5% na renda dos entregadores entre 2023 e 2024. No entanto, os trabalhadores contestam os dados e afirmam que o cálculo desconsidera o tempo de espera e deslocamento sem pedidos.
A paralisação segue e novas mobilizações não estão descartadas pelos entregadores, que prometem manter a pressão sobre as plataformas de delivery.
