Eduardo Bolsonaro cogita deixar mandato e prevê sanções dos EUA ao Brasil
Washington, 19 de março de 2025 – O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que os Estados Unidos podem não reconhecer o resultado das eleições presidenciais de 2026 no Brasil, caso a Justiça impeça a participação da oposição. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Eu consigo prever, espero que eu esteja errado, mas eu consigo prever perfeitamente os Estados Unidos não reconhecendo uma eleição brasileira. E aí colocaria o Brasil sim, o País inteiro, passível de sanções internacionais”, declarou o deputado. Ele ainda afirmou que, caso isso ocorra, o Brasil poderia enfrentar represálias também da União Europeia e do Canadá.
Críticas ao Judiciário e Licença do Mandato
O parlamentar também criticou as decisões da Justiça brasileira, afirmando que “não há democracia onde não exista a plena participação da oposição”. Em referência ao julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado, Eduardo Bolsonaro questionou a legalidade do processo.
“Se forem umas eleições onde você tira o líder das pesquisas, o favorito para ganhar a eleição, se você leva ele a julgamento, a toque de caixa, sem direito a ampla defesa, onde os advogados dele não tiveram acesso completo a todos os dados da investigação, dentre outras irregularidades ocorridas dentro desse processo, não dá para dizer que isso é democracia”, afirmou o deputado.
Eduardo Bolsonaro também anunciou que pretende se afastar temporariamente do mandato na Câmara dos Deputados e cogita deixar o cargo definitivamente. “Eu só vou ter tranquilidade de voltar ao Brasil quando Alexandre de Moraes não for mais ministro da Suprema Corte ou estiver sendo posto no devido lugar dele. Fora isso, não tenho a possibilidade de voltar ao Brasil”, afirmou.
Possível Renúncia e Impacto Político
O deputado alegou ser alvo de perseguição e fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes e à Polícia Federal. Nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro reforçou seu posicionamento contra o Supremo Tribunal Federal.
De acordo com o Regimento Interno da Câmara, parlamentares podem se licenciar por tratamento de saúde, missões diplomáticas ou interesse particular. No caso de afastamento por interesse particular, como o de Eduardo Bolsonaro, a licença é concedida sem remuneração por um período máximo de 120 dias.
O pedido de afastamento ainda não foi protocolado na Mesa Diretora da Câmara, mas o possível abandono definitivo do mandato pode impactar a base bolsonarista no Congresso. A declaração do deputado ocorre em um momento de crescente tensão entre o Executivo, Legislativo e Judiciário no Brasil.