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Declaração de Lula sobre boicote a alimentos caros gera reação imediata da oposição e viraliza nas redes

A proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que a população boicote produtos com preços elevados provocou uma enxurrada de críticas da oposição e um intenso debate nas redes sociais. A fala de Lula, feita na última quinta-feira (6), acontece em meio aos esforços do governo para melhorar a imagem da gestão e do próprio presidente.

“Se todo mundo tivesse a consciência e não comprasse aquilo que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar o preço para vender, senão vai estragar. Isso é da sabedoria do ser humano”, afirmou Lula durante uma entrevista.

A reação foi imediata. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), crítico do governo, publicou um vídeo ironizando a sugestão do presidente. Na gravação, que acumulava mais de 26 milhões de visualizações e 1,7 milhão de curtidas no Instagram na manhã desta sexta-feira (7), o parlamentar faz declarações sarcásticas: “Se a água está cara, é só não tomar banho”, ou “Se a passagem está cara, é só ficar em casa”.

Nikolas também criticou declarações anteriores de ministros do governo, que sugeriram substituir itens caros por alternativas mais acessíveis. “Plano de governo: substitua o alimento ou compre outro dia”, escreveu o deputado.

Outros parlamentares da oposição usaram as redes para criticar Lula. O senador Flávio Bolsonaro (PL) ironizou: “Alguém pode rodar uma pesquisa após este vídeo, por favor?”, em referência à queda na popularidade do presidente. O senador Ciro Nogueira (PP) também comentou: “Nada de cortar gastos nos ministérios ou gerir melhor a economia. Para o governo, basta que os brasileiros parem de comer, beber e se deslocar para os preços caírem”.

Já o senador Sergio Moro (União Brasil) questionou os gastos do governo: “Para Lula, o povo deve evitar produtos caros, mas, para ele, o céu é o limite”. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) classificou a declaração como “absurda”, enquanto Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, chamou o governo de “cínico” por, segundo ele, deixar o povo mais pobre enquanto desfruta do luxo.

Por outro lado, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, saiu em defesa do presidente. Em entrevista à CNN, disse que a população tem o poder de influenciar os preços: “Nós entendemos que o consumidor é o rei e faz com que os produtos abaixem de preço”.

Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abrava), a cesta básica ficou 14,22% mais cara em 2024. Teixeira demonstrou otimismo sobre uma possível redução dos preços, citando fatores como uma supersafra e a concentração do crédito agrícola em itens da cesta básica.

Lula, por sua vez, destacou que a proposta não é um plano de governo, mas uma “profissão de fé” pela redução do custo da comida na mesa do trabalhador. Ele ainda mencionou conversas com empresários e ministros para tratar da questão. “Comida barata na mesa do trabalhador é algo que estamos perseguindo”, concluiu o presidente.

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