Brasil Será Representado por Embaixadora na Posse de Trump; Lula Ainda Não Conversou com o Presidente Eleito
O Brasil será representado pela embaixadora Maria Luiza Viotti na posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, marcada para segunda-feira (20). Tradicionalmente, os países enviam seus embaixadores para as cerimônias de posse dos presidentes americanos, e a presença de Viotti foi confirmada após convite oficial à chancelaria brasileira, de acordo com diplomatas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi convidado para a posse de Trump e, até o momento, não houve qualquer contato telefônico entre os dois líderes. Auxiliares do presidente afirmaram que não há previsão para uma conversa nos próximos dias.
Nos Estados Unidos, é comum que a representação de outros países nas posses presidenciais seja feita pelo embaixador. Caso o embaixador não possa comparecer, o país normalmente envia o encarregado de negócios, o número dois da embaixada. Apesar disso, nada impede que um presidente convidado decida chamar chefes de Estado. Por exemplo, o presidente argentino Javier Milei confirmou presença na posse de Trump.
Em relação à postura do governo brasileiro, diplomatas indicam que as relações entre Brasil e EUA devem se manter estáveis, com foco em interesses pragmáticos, especialmente nas áreas comerciais. Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China.
A relação entre Trump e o ex-presidente Jair Bolsonaro foi mais próxima, com Bolsonaro apoiando a reeleição de Trump e defendendo sua política. Já Lula, no entanto, se alinhou com a vice-presidente Kamala Harris e o Partido Democrata, embora tenha reconhecido publicamente a vitória de Trump nas eleições de 2020 e desejado sucesso ao governo americano.
Em um outro contexto, Bolsonaro afirmou que foi convidado para a posse de Trump e pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a liberação de seu passaporte para viajar. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que o ex-presidente comprove a formalização do convite antes de decidir sobre a liberação de seus documentos, que foram apreendidos em fevereiro de 2024 em decorrência de uma investigação sobre um possível golpe de Estado.