Aldo Rebelo critica política ambiental do Ibama e denuncia perseguição a pequenos agricultores na Amazônia
O ex-ministro Aldo Rebelo fez duras críticas à atuação do Ibama na Amazônia, acusando o órgão de tratar pequenos agricultores como criminosos e de aplicar punições sem oferecer orientação técnica adequada.
Segundo Rebelo, a atual política ambiental se baseia exclusivamente no modelo de “comando e controle”, com foco em embargos, autuações e multas, sem considerar as particularidades dos pequenos produtores da região. “Quem é do meio sabe: comando e controle significa embargo, autuação e multa. Não existe no Estado brasileiro a extensão rural, não existe orientação ao agricultor. Existe polícia, talão de multa e tratamento como criminoso”, afirmou.
O ex-ministro destacou ainda que a maior parte das sanções ambientais recai sobre agricultores assentados da reforma agrária. “São milhares de pequenos lavradores embargados em toda a Amazônia. Vi isso em Diamantino, em municípios do Mato Grosso e em várias outras localidades da região. São mais de 500 mil assentados vivendo sob esse tipo de pressão”, denunciou.
Aldo Rebelo comparou a situação com a de países como os Estados Unidos, questionando a quantidade de agricultores processados em estados onde mais de 90% do território é usado para a agropecuária. “Quero saber em que lugar do mundo o agricultor é mais perseguido”, disse.
A fala reforça o debate sobre a necessidade de conciliar preservação ambiental com políticas públicas que apoiem os pequenos produtores, especialmente na Amazônia Legal, onde as tensões entre conservação e subsistência são constantes.