Edinho Silva é eleito presidente nacional do PT e comandará partido até 2029
O ex-prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro da Comunicação Social no governo Dilma Rousseff, Edinho Silva, foi eleito presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) e estará à frente da legenda até 2029. A eleição, concluída nesta segunda-feira (7), consolida a hegemonia da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), à qual Edinho pertence, e ocorre em um momento estratégico de preparação para as eleições de 2026.
A votação interna do partido, que mobilizou mais de 400 mil filiados em todo o país, ainda está sendo finalizada em alguns estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Pará, Paraná e Bahia. Mesmo assim, com 342 mil votos apurados, Edinho já garantiu cerca de 73% dos votos válidos, sendo considerado o vencedor. A disputa contou com outros três nomes de peso da legenda: o ex-presidente do PT Rui Falcão, o dirigente histórico Valter Pomar e o fundador do partido Romênio Pereira.
A apuração em Minas Gerais foi adiada por decisão do diretório nacional, após uma disputa judicial envolvendo a deputada federal Dandara Tonantzin, que teve sua candidatura à presidência estadual impugnada por inadimplência partidária. Embora ela tenha alegado erro bancário, a Justiça reverteu a liminar que autorizava sua participação no pleito.
Prioridades e discurso de posse
Em seu primeiro pronunciamento como presidente eleito, Edinho destacou que seu principal desafio será manter o partido unido em torno da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026:
“Só um partido unido será capaz de compreender a complexidade da conjuntura e reeleger o presidente Lula. Essa reeleição é essencial para a continuidade do projeto de reconstrução do Brasil e para garantir que a democracia vença o pensamento autoritário e fascista”, afirmou.
O novo presidente também agradeceu publicamente a Lula pelo apoio e afirmou que buscará ser um líder de todas as correntes internas do PT:
“Quero deixar claro que já estou construindo uma forma de condução em que serei o presidente de todas as correntes, de todos os grupos, de toda a militância. Meu trabalho será pela unidade do PT – entendida como a convivência com o debate e com as divergências.”
Edinho defendeu a valorização da democracia interna e destacou o espírito de unidade que prevaleceu, apesar das disputas entre diferentes alas:
“As disputas internas do partido frequentemente trazem conflitos, e isso faz parte da tradição petista. Mas o ambiente majoritário foi de união.”
Gestão próxima da base
O novo dirigente garantiu que sua gestão será marcada pela presença nos estados e pelo diálogo com as bases, movimentos sociais e forças políticas progressistas:
“Serei um presidente presente, que viajará o Brasil, estará nos diretórios estaduais, dialogará com os movimentos sociais e com todas as forças políticas comprometidas com um Brasil sem privilégios, mais justo e democrático.”
Ele também celebrou o processo de participação interna da legenda, que mobilizou centenas de milhares de militantes:
“Nenhum outro partido no Brasil é capaz de organizar um processo de eleição interna com essa magnitude. Estou muito feliz pelo resultado e honrarei cada voto de confiança.”
Trajetória política
Filiado ao PT desde os anos 1980, Edinho Silva já presidiu o partido entre 2009 e 2013. Foi deputado estadual por São Paulo (2011–2015), ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência no governo Dilma Rousseff e coordenador da campanha presidencial de Lula em 2022.
Além disso, foi prefeito de Araraquara por quatro mandatos, sendo uma das lideranças petistas mais consolidadas no interior paulista. É graduado em Ciências Sociais pela Unesp e mestre em Engenharia de Produção pela UFSCar.
A eleição de Edinho ocorre num momento-chave, em que o PT busca fortalecer sua base no Congresso, ampliar sua presença no Senado e garantir coesão interna para enfrentar os desafios eleitorais e políticos dos próximos anos.
Perguntar ao ChatGPT