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Dólar recua com cenário externo favorável e sinalização de não retaliação do Brasil aos EUA

O dólar à vista encerrou o pregão desta segunda-feira (21) em queda de 0,40%, cotado a R$ 5,5650, impulsionado pela desvalorização global da moeda americana, pela alta do minério de ferro e pela sinalização do governo brasileiro de que não retaliará os Estados Unidos diante das recentes tensões comerciais e políticas.

Com mínima de R$ 5,5514 e máxima de R$ 5,6119, registradas ainda no período da manhã, o movimento de baixa foi atribuído principalmente a fatores externos. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas fortes, recuava cerca de 0,6% no fim da tarde, refletindo um ambiente de incerteza nos EUA sobre políticas tarifárias e pressões da Casa Branca contra o Federal Reserve (Fed).

De acordo com Leonardo Monoli, diretor de investimentos da Azimut Brasil Wealth Management, o desempenho do câmbio foi sustentado pela fraqueza generalizada do dólar no cenário internacional.

“O dólar fraco em relação a outras moedas é o fator mais importante. Não houve um gatilho doméstico relevante para a valorização do real”, afirmou.

Sinal de alívio nas tensões com os EUA

Outro fator que contribuiu para a melhora do real foi a declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à rádio CBN, descartando qualquer tipo de retaliação contra empresas ou cidadãos dos EUA após a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Ele também comentou ações com teor político contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçando que o Brasil buscará preservar a estabilidade nas relações bilaterais.

Segundo o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, o dólar chegou a subir nas primeiras horas do dia, mas recuou após os comentários de Haddad:

“O mercado se acalmou e o dólar passou a cair diante da sinalização de que não haverá escalada nas tensões.”

Alta do minério e Boletim Focus

A valorização do minério de ferro — +2% em Dalian e +3% em Cingapura — também favoreceu moedas de países exportadores, como o Brasil. Além disso, o mercado reagiu positivamente ao Boletim Focus, que trouxe alívio nas expectativas inflacionárias. A mediana do IPCA para 2025 caiu de 5,17% para 5,10%, enquanto a projeção para 2026 passou de 4,50% para 4,45%, abaixo do teto da meta pela primeira vez desde março.

Apesar da melhora, o real ainda acumula perdas de mais de 2% no mês de julho, refletindo o ambiente de aversão ao risco e as incertezas fiscais e políticas no cenário doméstico.

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