Dólar em queda: entenda por que a moeda americana vem perdendo força e o que Trump pode querer
No primeiro semestre de 2025, o dólar americano registrou sua pior desvalorização em mais de cinco décadas, caindo 11% no U.S. Dollar Index, que compara a moeda a seis outras divisas principais, incluindo euro, yen, libra e dólar canadense.
Por que o dólar vem perdendo espaço
- Reservas internacionais: sua participação caiu de mais de 70% nos anos 2000 para 57% atualmente, com destaque para aumento em ouro e renminbi chinês.
- Mercado de commodities: países como Rússia, Índia e China têm usado suas próprias moedas em transações de petróleo, reduzindo o uso do dólar.
- Títulos do Tesouro americano: a participação estrangeira caiu de 50% antes de 2008 para 30% hoje.
- Sanções e tarifas: políticas do governo Trump, incluindo sanções econômicas e aumento de tarifas sobre importações, geram desconfiança e incentivam países a buscar alternativas.
- Dívida e juros: os altos déficits fiscais e a expectativa de cortes de juros pelo Fed pressionam o valor da moeda.
Trump e o dólar
- Há especulações de que o presidente americano poderia querer um dólar mais fraco para impulsionar a indústria local, tornando exportações mais competitivas.
- O chamado “Acordo Mar-a-Lago”, proposto por conselheiros como Stephen Miran, visa reduzir o valor da moeda no mercado internacional para beneficiar empresas americanas.
- Críticas apontam que a política de tarifas e tentativas de manipulação da moeda podem ter efeito limitado e arriscado.
Brics e desdolarização
- Desde 2008, países emergentes têm buscado reduzir dependência do dólar.
- O bloco Brics, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, incentiva o uso de moedas locais no comércio interno e estuda até criar uma moeda própria.
- A desdolarização ainda é limitada: moedas alternativas, como o yuan, representam uma fração pequena das reservas globais.
Dólar ainda domina
- Apesar da queda, a moeda americana continua referência global para comércio, reservas e transações internacionais.
- Especialistas afirmam que não há alternativas líquidas ou fortes o suficiente para substituí-la totalmente.
- Mesmo países que promovem a desdolarização, como Rússia e China, ainda dependem do dólar em empréstimos e transações.
Conclusão: A desvalorização do dólar reflete fatores econômicos, geopolíticos e políticos, mas a moeda continua sendo a principal reserva global e ainda deve dominar o comércio internacional por décadas.