Conheça a penitenciária italiana onde Carla Zambelli está presa
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) está detida desde a última terça-feira (29) no presídio feminino Germana Stefanini, conhecido como Rebibbia, em Roma, na Itália. A prisão ocorreu após quase dois meses foragida da Justiça brasileira. Ela deve ser interrogada nesta sexta-feira (1º) pelas autoridades italianas.

O presídio de Rebibbia, onde Zambelli está custodiada, enfrenta superlotação: abriga 369 mulheres, apesar de sua capacidade máxima ser de 272. Construído nos anos 1950, o local inicialmente era administrado por freiras vicentinas e recebia apenas jovens detentas. A administração passou para o Estado italiano em 1979.
Atualmente, o complexo possui 171 celas, áreas verdes para visitação, dois campos esportivos, um teatro, uma academia, biblioteca e um espaço para práticas religiosas. O local já foi visitado pelo Papa Francisco, que conversou com detentas no fim de 2024.

Durante o interrogatório, Zambelli deverá escolher entre retornar voluntariamente ao Brasil ou aguardar o processo formal de extradição. Caso opte pela extradição, o procedimento pode levar entre 18 meses e dois anos. A Justiça italiana poderá determinar medidas como prisão domiciliar, manutenção na penitenciária ou liberdade provisória.
A defesa da deputada afirma que ela pretende permanecer na Itália, onde possui cidadania, e quer ser julgada sob as leis italianas. Segundo seu advogado, Fábio Pagnozzi, Zambelli “busca justiça imparcial” e não considera retornar ao Brasil espontaneamente.
Zambelli deixou o país cerca de 20 dias após ser condenada a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela teria contratado o hacker Walter Delgatti Neto para forjar um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Delgatti também foi condenado a mais de oito anos de prisão e afirma que a parlamentar o contratou diretamente.
Além da pena, Moraes determinou que ambos devem pagar uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais e materiais coletivos. Em seu voto, o ministro afirmou que Zambelli agiu de forma consciente e organizada, com a intenção de atacar instituições do Estado Democrático de Direito.
Zambelli, por sua vez, nega todas as acusações.