Câmara de Teresina discute reajuste do IPTU; valor pode subir até 8 vezes em 2026
A Câmara Municipal de Teresina promoveu nesta quarta-feira (24) uma audiência pública para debater a proposta de atualização da Planta Genérica de Valores (PGV), que serve de base para o cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Caso seja aprovada, a mudança poderá elevar o imposto em até oito vezes a partir de 2026, segundo alerta do presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-PI), Pedro Nogueira.
“Quem paga um valor de IPTU em 2025 poderá, no ano seguinte, enfrentar um aumento de até oito vezes. Um reajuste dessa magnitude precisa ser escalonado em, no mínimo, dez anos. Do contrário, o risco de inadimplência será enorme, já que as famílias se planejam para um valor fixo”, afirmou o representante do Creci.
O projeto ainda está em fase de discussão e, após a audiência, deve ser encaminhado para votação no plenário da Câmara nas próximas semanas. A expectativa é que cerca de 150 mil imóveis da capital tenham os valores reajustados.
Previsão de aumento na arrecadação
A Secretaria Municipal de Finanças justifica a atualização alegando que a PGV não sofre correções há cerca de duas décadas. Com a mudança, a arrecadação do IPTU deve saltar de R$ 180 milhões para R$ 280 milhões em 2026, o que representaria um incremento de R$ 100 milhões.
Mesmo assim, a gestão municipal reconhece que a inadimplência é alta, girando entre 65% e 70%, o que pode reduzir o impacto financeiro esperado.
Mais imóveis isentos
A proposta também amplia o teto de isenção do imposto. Atualmente, imóveis residenciais avaliados em até R$ 66.812 não pagam IPTU. A partir da mudança, esse limite passaria para R$ 130 mil. Segundo a prefeitura, aproximadamente 29 mil imóveis entrarão na faixa de isenção, totalizando 130 mil residências sem cobrança em 2026.
Na audiência, além da prefeitura, participaram representantes do Creci-PI e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PI).