Brasil Procura Novos Mercados para Produtos do Agronegócio Diante de Ameaça de Tarifas dos EUA
Diante da possibilidade de os Estados Unidos implementarem tarifas de 50% sobre alguns de seus produtos, o governo federal brasileiro está focando em encontrar destinos alternativos para cinco itens-chave do agronegócio: café, suco de laranja, carne bovina, pescados e frutas. Esses produtos estão entre os mais exportados pelo Brasil para o mercado norte-americano, e a estratégia visa minimizar o impacto de um possível aumento nas tarifas.
Foco na Ásia e Além
As alternativas para essas exportações estão sendo buscadas em diversos continentes, com um olhar especial para a Ásia. Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura (Mapa), detalhou que o governo está elaborando estratégias sob medida para cada mercado.
Produtos e Destinos Estratégicos:
- Café: A China é vista como uma das principais oportunidades para o café brasileiro. O país asiático tem aumentado sua demanda pela bebida e já importa uma parcela significativa do café do Brasil. Outra alternativa para o grão é a Austrália, que também apresenta um mercado promissor para o produto nacional. A avaliação do governo é que o Brasil, sendo responsável por 40% da produção mundial de café, tem grande potencial para expandir sua atuação nesses mercados.
- Suco de Laranja: A Arábia Saudita no Oriente Médio está sendo monitorada como um mercado em crescimento para o suco de laranja brasileiro, sendo uma alternativa potencial aos EUA.
- Pescados: Para os pescados, o Reino Unido é o foco para aumentar as vendas.
- Carne Bovina: Para a carne bovina, o governo busca expandir as exportações para países como Vietnã, México e Chile.
- Frutas: A China é uma alternativa prioritária para as uvas brasileiras. Já para as mangas, o foco está no Japão e na Coreia do Sul.
Estratégia Abrangente
O mapeamento de novos parceiros comerciais é um dos pilares da preparação do Mapa para enfrentar as tarifas que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaça impor a partir de 1º de agosto. O governo brasileiro está desenvolvendo cerca de sete a oito ações específicas para cada produto, buscando diversificar os mercados e garantir a competitividade do agronegócio nacional.
Essa diversificação é crucial para o Brasil reduzir sua dependência de um único mercado e fortalecer suas relações comerciais em escala global.