Bolsonaro deposita esperança na nova formação do TSE para tentar reverter inelegibilidade
Inelegível desde junho de 2023 por abuso de poder político e uso indevido da comunicação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aposta na futura composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como parte de sua estratégia para reverter sua situação política.
A inelegibilidade de Bolsonaro foi declarada devido a um encontro com embaixadores no Palácio da Alvorada em 2022, no qual, segundo a justiça eleitoral, ele usou a ocasião para colocar em dúvida o sistema eleitoral brasileiro. No entanto, seus aliados acreditam que a configuração do TSE prevista para agosto de 2026 poderá trazer um cenário mais equilibrado para a revisão do caso.
Entre as mudanças aguardadas estão a saída da ministra Cármen Lúcia e sua substituição por Dias Toffoli, bem como a ascensão de Kassio Nunes Marques à presidência do tribunal. Essas alterações, combinadas com a presença de André Mendonça na Corte, animam o grupo próximo ao ex-presidente.
Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho de Jair Bolsonaro, demonstrou otimismo com a nova composição, afirmando que não se trata de beneficiar o ex-presidente, mas de criar um tribunal mais equilibrado do que aquele liderado por Alexandre de Moraes. “Com Nunes Marques, Dias Toffoli e Mendonça, temos um ambiente mais favorável à justiça e menos politizado”, destacou o parlamentar.
A defesa de Bolsonaro também planeja ações rescisórias e a apresentação de novos argumentos jurídicos para tentar reverter a condenação. O grupo busca traçar paralelos com o caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que conseguiu anular suas condenações e recuperar seus direitos políticos. A equipe jurídica acredita que argumentos semelhantes podem ser utilizados em favor do ex-presidente.
Com a presidência do TSE sob Kassio Nunes Marques a partir de 2026, e acompanhada pelos ministros Dias Toffoli e André Mendonça como representantes do Supremo Tribunal Federal (STF), os aliados de Bolsonaro visualizam uma oportunidade para reavaliar as questões jurídicas pendentes. Além desses três nomes, o TSE será formado por dois ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois juristas indicados pela advocacia.
A aposta na reconfiguração do tribunal indica que as disputas judiciais de Bolsonaro continuarão a influenciar o cenário político brasileiro, prometendo novos desdobramentos nos próximos anos.