Aldo Rebelo critica abandono da Amazônia: “Fracasso completo do Estado brasileiro”
Ex-ministro denuncia omissão histórica e cobra integração entre preservação ambiental e proteção da população amazônida
Durante uma fala contundente, o ex-ministro Aldo Rebelo criticou duramente o que classificou como um “fracasso completo” das políticas públicas destinadas à região amazônica. Segundo ele, os piores indicadores sociais e de infraestrutura do país estão concentrados justamente na Amazônia — afetando especialmente as populações indígenas e ribeirinhas.
“Os maiores índices de mortalidade infantil estão na Amazônia, liderados pelas populações indígenas. O maior analfabetismo também está lá. Os maiores índices de doenças infecciosas e tuberculose estão na Amazônia e entre os indígenas”, afirmou Rebelo.
O ex-ministro também destacou a precariedade de serviços básicos. “Os piores indicadores de saneamento básico estão na região. Visitei escolas a 30 metros do Rio Madeira que não têm água tratada, nem luz elétrica”, relatou.
Segundo ele, apenas municípios que recebem recursos da mineração, como Parauapebas (PA), conseguem ter alguma estrutura. “As demais cidades ostentam os piores IDHs do Brasil”, lamentou.
Para Rebelo, a Amazônia é esquecida nas agendas internacionais, que priorizam o debate ambiental, mas ignoram os cerca de 30 milhões de brasileiros que vivem na região.
“Nós fracassamos. E fracassamos por todas as instituições, incapazes de conciliar a bandeira ambiental com a proteção das pessoas que vivem na Amazônia”, criticou.
O ex-ministro cobrou políticas integradas que unam preservação das florestas com desenvolvimento social e infraestrutura para os povos amazônidas.