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Israel acusa Irã de disparar míssil com bombas de fragmentação pela primeira vez na guerra

Os militares israelenses informaram nesta quinta-feira (20) que o Irã lançou ao menos um míssil contra Israel equipado com munições de fragmentação — armas que dispersam várias pequenas bombas no ar para causar maior dano, especialmente a civis. Este é o primeiro uso reportado dessas armas desde o início da guerra que já dura sete dias.

Segundo relatos, a ogiva do míssil se abriu a cerca de 7 km de altitude, liberando cerca de 20 submunições que se espalharam por um raio aproximado de 8 km sobre a região central de Israel. Uma dessas pequenas bombas atingiu uma casa na cidade de Azor, causando danos materiais, mas não há informações de feridos.

As bombas de fragmentação são altamente controversas devido ao seu efeito indiscriminado. Muitas submunições podem não explodir ao serem lançadas, representando perigo contínuo para civis mesmo após o fim do conflito. Em resposta, as Forças de Defesa de Israel divulgaram alertas para a população sobre os riscos das munições não detonadas.

“O regime terrorista busca atingir civis e usou armas de ampla dispersão para maximizar os danos”, declarou o porta-voz militar israelense, general de brigada Effie Defrin, durante coletiva de imprensa.

Até o momento, nem a missão do Irã nas Nações Unidas nem a embaixada de Israel em Washington comentaram o ocorrido.

Especialistas internacionais ressaltam que essas armas são proibidas pela Convenção sobre Munições de Fragmentação, assinada por 111 países, mas que tanto Irã quanto Israel não aderiram ao tratado. O uso dessas munições levanta preocupações sobre o aumento de danos colaterais e vítimas civis em áreas densamente povoadas.

Em um contexto global, os EUA autorizaram o envio de munições de fragmentação para a Ucrânia em 2023, para uso contra as forças russas, o que gerou controvérsia internacional sobre o emprego dessas armas. Rússia, Ucrânia, Irã e Israel permanecem fora da convenção que proíbe essa tecnologia bélica.

A escalada no uso de armamentos controversos como as bombas de fragmentação acende alerta para o aumento dos riscos humanitários na já delicada situação da guerra no Oriente Médio.

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