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Bolsonaristas criticam velocidade de processo e articulam estratégia internacional

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estudam ações no exterior em resposta à denúncia apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe. A estratégia, segundo apurações, visa gerar comoção internacional diante da rapidez com que o caso avança na Justiça brasileira. A expectativa é de que Bolsonaro possa ser preso ainda em 2025.

Apesar das movimentações, aliados avaliam que o momento ideal para uma ação internacional teria passado, devendo ter ocorrido ainda na fase de investigação da PF (Polícia Federal), antes da PGR (Procuradoria Geral da República) formalizar a denúncia.

Na quinta-feira (14.mar.2025), o processo que investiga a tentativa de golpe em 2022 registrou três avanços significativos: a PGR se manifestou sobre as defesas prévias dos denunciados, o ministro Alexandre de Moraes recebeu a resposta e liberou a análise da denúncia, e o presidente da 1ª Turma do STF, Cristiano Zanin, marcou o julgamento para os dias 25 e 26 de março. Os ministros decidirão se Bolsonaro e mais sete envolvidos se tornarão réus.

Entre os denunciados estão os ex-ministros Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, além do ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.

Bolsonaro criticou a velocidade do andamento do caso, afirmando que o processo avança na “velocidade da luz”. A tática de buscar respaldo internacional já foi utilizada anteriormente por Cristiano Zanin, atual ministro do STF e ex-advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a Lava Jato, ao levar críticas à ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a atuação do então juiz Sergio Moro.

Embora detalhes sobre as novas ações internacionais ainda não tenham sido divulgados, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é apontado como o principal articulador no exterior. O deputado tem mantido frequentes contatos com parlamentares dos Estados Unidos, especialmente no Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes, para discutir uma lei que poderia barrar a entrada de Moraes no país.

No Brasil, o PL trabalha para que Eduardo Bolsonaro assuma a presidência da Credn (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional), mas enfrenta resistência do PT, que busca impedir a nomeação do deputado devido à sua atuação internacional em favor da oposição ao governo.

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