Trump diz que EUA não precisam de Brasil ou da América Latina e ameaça tarifas contra o Brics
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que espera ter uma “grande relação” com o Brasil, mas fez uma declaração contundente sobre a importância da economia americana para os países latino-americanos. Em uma conversa com jornalistas no Salão Oval, Trump insistiu que “os brasileiros precisam de nós, nós não precisamos deles. Todos precisam de nós”, destacando o papel dominante dos EUA na economia global.
Trump comentou também o plano do Brics, bloco formado por países como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, de reduzir o uso do dólar no comércio internacional e adotar moedas locais. O presidente americano foi enfático ao afirmar que o bloco não terá sucesso em sua tentativa de afastar o dólar e que, caso o Brics siga adiante com essa proposta, os países membros enfrentariam tarifas de 100% sobre seus produtos destinados ao mercado americano.
O presidente dos EUA também demonstrou desconhecimento sobre a composição do Brics, dizendo que o grupo teria “uns seis ou sete países”, quando, na realidade, conta com dez membros.
Enquanto isso, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso de abertura da primeira reunião ministerial de 2025, buscou afastar qualquer tensão com os EUA, afirmando que não deseja uma disputa com Trump. “Eu torço para que ele faça uma gestão profícua para que o povo americano melhore e para que os EUA continuem a ser o parceiro histórico que é do Brasil”, disse Lula, ressaltando que sua preocupação é com o futuro das relações entre os dois países.
Em outro ponto, Trump também indicou que sua administração será firme contra a Venezuela, afirmando que os EUA vão parar de comprar petróleo venezuelano. Isso ocorre após um período de flexibilização das sanções comerciais entre os dois países em 2023 e 2024, devido a um acordo que permitiu a realização de eleições em Caracas. No entanto, Trump deixou claro que a retirada dessas sanções será revertida, reforçando a postura agressiva dos EUA contra o regime de Nicolás Maduro. “Vamos parar de comprar. Não precisamos”, completou o presidente.